Verdades e mitos sobre os suplementos alimentares

Dietas milagrosas e suplementos alimentares têm algo em comum: isolados, nenhum dos dois funciona. Mesmo assim, muitos homens, na esperança de obter um corpo definido e um abdômen tanquinho se rendem à sugestão de um amigo ou colega, que afirma ter desenvolvido músculos com o uso deste ou daquele produto.

Os suplementos alimentares estão cercados de mitos: um deles é que, imediatamente após perder dois ou três quilos, aquela pessoa fora de forma, com sobrepeso, já pode começar a ingerir proteínas para tornear os bíceps. Mas especialistas avisam: é preciso treinamento, boa alimentação e muita disciplina para atingir a forma física de um campeão de MMA.

O Brasil já é o segundo mercado de consumo de fitness (academias e clubes), perdendo apenas para os EUA. Na esteira deste crescimento, a indústria de suplementos vem se ampliando ano a ano. Mas, ao contrário do que afirma a propaganda, não é necessário usar proteína de trigo ou óleo de coco para aumentar a massa muscular.

Uma alimentação balanceada, fracionada em diversas refeições durante o dia, com proteínas, carboidratos e gorduras magras e “do bem” (eliminando as gorduras trans e saturadas), é suficiente para garantir um bom condicionamento físico. Para quem está fora de forma – gordo ou magro demais –, o ideal é aproveitar os meses de inverno para malhar e exibir um shape invejável quando o calor voltar a lotar praias e piscinas.

No entanto, com a vida corrida, dividida entre trabalho, estudo e atividades sociais, nem sempre é possível alimentar-se corretamente. Esta é a realidade da maioria das pessoas. Nestes casos, e também nos treinamentos que exigem muito do atleta, os suplementos alimentares são bem vindos, mas sua ingestão deve ser orientada por especialistas: médicos e nutricionistas. Cada produto é específico para cada tipo de tratamento e também para os objetivos perseguidos.

Seja como for, a inclusão de suplementos alimentares na dieta apresenta resultados consistentes, mas lentos, sempre beneficiados pelos exercícios físicos e o controle de excessos. Algumas pessoas acreditam que, quanto maior a dosagem, mais rápido será o desenvolvimento muscular. Isto é um grande erro: o organismo não tem capacidade de estocar a maior parte dos nutrientes e, na melhor das hipóteses, eles serão eliminados pela digestão. Mas podem causar sobrepeso, gordura e outros danos sérios à saúde. O excesso de proteínas é metabolizado e transformado em gordura localizada e doses exageradas de creatina podem causar problemas no funcionamento do fígado e dos rins.

Outro mito comum entre os adeptos dos suplementos é que, com o tempo, as doses deixam de fazer efeito e precisam ser aumentadas. A causa mais provável desta crença é que o atleta dá uma relaxada nos treinos e, com isto, ganha peso e perde músculos. A negligência no treinamento é, de fato, a responsável por estes problemas.

Existem os que vão mais longe, a ponto de crerem que os suplementos podem substituir uma refeição. Como o próprio nome indica, eles apenas suplementam. As refeições antes e depois dos treinos são extremamente importantes para a recuperação muscular, porque as fibras se desgastam durante os exercícios.

Uma coisa é certa: o uso orientado dos suplementos alimentares, como creatina e proteína, garantem mais força e resistência durante as séries de exercícios e também são úteis para a recuperação destas fibras musculares, além de reduzir o cansaço. O cálcio fortalece os ossos e ajuda a proteger articulações e tendões. Mas alguns produtos disponíveis no mercado são produzidos a base de substâncias proibidas, por serem nocivas à saúde.

Existem restrições também com relação às condições físicas do atleta (ou aspirante a atleta). O uso de termogênicos para a redução de peso é contraindicado para pessoas com problemas cardiovasculares. Pessoas nesta condição devem recorrer a produtos ricos em cromo e magnésio, e alguns fitoterápicos com cítricos e mate. Já o uso de aminoácidos de cadeia ramificada, conhecidos como BCAA, eleva os níveis de serotonina, fato que provoca alterações de humor, e deve ser evitados por quem sofre com depressão, estresse e ansiedade.