Termogênicos: prós e contras

Existem vários tipos de termogênicos, substâncias sintetizadas (em suplementos) ou presentes em diversos alimentos consumidos no dia a dia. Pode parecer contraditório, mas comer queima calorias. Os termogênicos obrigam o organismo a uma carga maior de trabalho, porque exigem mais atividades do sistema digestório, e isto determina a queima de gordura para a produção da energia demandada pelo metabolismo. Numa dieta regular, os termogênicos podem representar um aumento de até 10% do consumo calórico.

A ação termogênica aumenta a necessidade energética do organismo. Alimentos ricos em gordura são importantes, porque proporcionam a energia necessária ao funcionamento adequado de todos os nossos órgãos. No entanto, consumidos em excesso, provocam depósitos de gordura entre os músculos e a epiderme. O corpo humano é programado para manter estes depósitos, a serem utilizados em caso de carência de comida.

Os principais termogênicos são maçã, laranja, kiwi, pimentas vermelhas, gengibre, mostarda, café, chá, guaraná, acelga, aspargo, couve, brócolis, vinagre de maçã, linhaça, gorduras vegetais, gordura de coco e até a água gelada. Refeições temperadas com pimenta ou mostarda aceleram significativamente o metabolismo, enquanto o frio estimula o efeito térmico do alimento.

Os termogênicos estimulantes estão presentes no café, chá branco, verde ou preto e guaraná. Os princípios ativos são a cafeína e a metilxantina, substâncias adrenérgicas que deixam o organismo mais ativo; eles queimam calorias, combatem o cansaço, aumentam a concentração, conferem sensação de saciedade e contribuem para aumentar o tônus muscular. A cafeína também contribui para a lipólise – a quebra das células adiposas. O material destas células é depositado na corrente sanguínea e transportado para servir como o combustível necessário às atividades de outros tecidos do corpo.

A canela é um termogênico que reduz o nível de glicose. Ela funciona controlando a produção de insulina e também reduz a absorção dos carboidratos (arroz, massas, etc.). A canela pode ser consumida em pó, por cima de frutas. Um pauzinho de canela pode ser usado para aromatizar a água. Quando os níveis de glicose estão baixos, o organismo é obrigado a queimar depósitos de gordura, permitindo o emagrecimento. O consumo de canela é indicado também para quem tem hiperglicemia e diabetes.

O gengibre aumenta a temperatura corporal, fato que acelera o metabolismo. Além disto, possui substâncias anti-inflamatórias, que contribuem para o equilíbrio orgânico. A melhor forma é consumir o gengibre cru, em sucos e vitaminas, ou ralado em saladas. O cozimento dilui as vitaminas e minerais desta raiz, mas a água pode ser utilizada para fazer o arroz, por exemplo.

Os cuidados necessários

No entanto, tudo na vida precisa de equilíbrio. O consumo exagerado dos termogênicos pode provocar hipertensão arterial, ansiedade, insônia, taquicardia e, em casos extremos, infarto do miocárdio, mal que afeta principalmente os que abusam dos suplementos sintéticos e pessoas com histórico de doenças cardiovasculares.

O consumo dos termogênicos varia de acordo com as condições de cada um: idade, peso, intensidade de atividades físicas, estado de saúde, etc. Além disto, é um erro substituir a dieta habitual por alimentos termogênicos, que não oferecem todas as vitaminas e minerais necessários à conservação da saúde. Por isto, quem decide incluir termogênicos no regime precisa consultar um nutricionista, para que seja elaborado um plano alimentar balanceado.

O melhor momento para consumir os termogênicos é alguns minutos antes da atividade física. O organismo fica acelerado e os exercícios potencializam este efeito, contribuindo para a queima de gorduras. Vale lembrar que a prática de exercícios deve ser realizada após avaliação médica e supervisionada por um educador físico.