Os rótulos dos alimentos industrializados

A legislação brasileira obriga a indústria a relacionar muitas informações nos rótulos dos alimentos, mas diversas empresas encontram “jeitinhos” para maquiar o acréscimo de substâncias. É o caso, por exemplo, dos sucos “100% naturais”, que, nas letras miúdas, indicam a presença de antioxidantes, que são usados para preservar as características da fruta, mas são aditivos químicos.

O que deve constar dos rótulos

Os rótulos costumam indicar o VD (valor diário de referência), ao lado das especificações dos produtos. Ocorre, porém, que a necessidade nutricional varia de pessoa para pessoa, de acordo com a idade, altura, peso, sexo, condições de saúde e nível de atividade física. Alguns sites oferecem meios rápidos para calcular os valores diários de acordo com as características do indivíduo.

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O valor calórico é expresso em quilocalorias (kcal). Indica a energia que o alimento industrializado fornece: é a soma das calorias presentes nos carboidratos, gorduras e proteínas do produto.

A quantidade de carboidratos, proteínas, fibras e gorduras (totais, saturadas, trans, mono e poli-insaturadas) vem expressa em gramas. Por exemplo, um adulto entre 30 e 40 anos, moderadamente ativo, deve ingerir 25 gramas de fibras diariamente.

O sódio é responsável por regular os fluidos extracelulares. Participa da condução dos impulsos nervosos e da contração dos músculos. Em excesso, porém, provoca retenção de líquidos e o consequente inchaço.

Refrigerantes “zero” geralmente têm sódio em excesso e, portanto, não são indicados para quem quer emagrecer. Quer levar um susto? Verifique a quantidade de sódio presente nos macarrões instantâneos.

Os fabricantes podem apresentar também a quantidade de colesterol (não é necessariamente ruim; em condições normais de saúde, o corpo humano precisa de 300mg de colesterol) e de sais minerais, como ferro, cálcio, potássio, etc.

As armadilhas

A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) vem apertando o cerco contra informações falsas ou distorcidas presentes nas embalagens dos alimentos industrializados, mas diversas informações continuam sendo veiculadas. Normalmente, a embalagem apresenta em grandes letras dados como “enriquecido com ômega 3”, “enriquecido com ferro e vitaminas”.

No entanto, a quantidade destas substâncias presentes nas porções dos alimentos muitas vezes é mínima em relação às necessidades orgânicas diárias. Nos rótulos, compare a quantia com o VD, sempre lembrando que a ingestão é definida por especificidades pessoais.

Produtos “diet” são recomendados para pessoas que têm alguma restrição alimentar (por exemplo, precisam reduzir os açúcares, gorduras ou carboidratos em seu cardápio). Uma bebida diet com pouco açúcar deve ter um teor abaixo de 0,5g/100ml, mas mesmo que o rótulo indique este valor, a quantidade de glicose pode ser maior nos sucos de frutas, já que as frutas naturalmente são ricas em açúcar.

Os alimentos “light” têm seu valor energético ou nutricional reduzido. São indicados para quem está em regime para emagrecer, ou simplesmente para quem quer manter uma dieta equilibrada.