O mistério do triângulo das Bermudas

A região entre a Flórida (EUA), Porto Rico e ilhas Bermudas, uma área entre 1,1 milhão e 3,95 milhões de quilômetros quadrados no noroeste do oceano Atlântico, que abrange também as Bahamas, não passaria de um monótono trecho de mar, não fossem os misteriosos acidentes marítimos e aéreos que aconteceram ali nos últimos 60 anos.

Ficou conhecido como o triângulo das Bermudas, triângulo da Morte e triângulo do Diabo. Alguns fanáticos quiseram encontrar ali a “entrada para o inferno”.

Os primeiros relatos mais detalhados sobre o mistério do triângulo das Bermudas começaram a surgir nos anos 1940. Um dos mais famosos é o voo 19. Uma esquadrilha de cinco caças decolou da base aérea de Fort Lauderdale (EUA) com 14 homens, entre pilotos, operadores de rádio e atiradores. Todos os cinco aviões desapareceram.

Horas depois, um hidroavião com 13 tripulantes partiu para tentar resgatar as vítimas ou ao menos identificar destroços. Esta aeronave também se perdeu, elevando para 28 o número de vítimas. As investigações duraram meses e nada foi comprovado. As explicações variaram de ataque de combatentes nazistas que estariam pirateando no Atlântico norte até abdução por extraterrestres.

Estudiosos afirmam que o número de acidentes na região não passa de mil, nos últimos 500 anos, mas quando um mito é criado, o que menos importa são os dados estatísticos. Autores já identificaram no triângulo das Bermudas o local em que Atlântida teria afundado no mar. Os habitantes da ilha lendária teriam conhecimentos muito além dos nossos, o que incluiria a produção de energia através de cristais, que, submersos, estariam provocando radiações. Monstros marinhos também foram acusados de provocar os naufrágios e quedas de aviões e, quando os nazistas saíram de moda, a culpa recaiu sobre os soviéticos. Em breve, é possível que alguém indique a Al Qaeda como responsável.

Às vezes, até as explicações científicas parecem mirabolantes demais. Recentemente, um estudo constatou que no triângulo das Bermudas são comuns as emersões de bolhas de gás metano, com força suficiente para virar embarcações e até abater aviões. Experimentos com bombas atômicas (dos quais não há registros) poderiam ter provocado radiações e tornado a região instável. Por fim, campos magnéticos cuja natureza ainda não foi bem estudada teriam o condão de produzir os desastres.

A explicação mais simples é a de que a corrente marítima do Golfo, famosa pelos seus furacões e tempestades tropicais, seja a grande vilã. Esta tese é corroborada pelo fato de que, com o desenvolvimento das tecnologias de comunicação, os acidentes têm se tornado cada vez mais raros, para tristeza de quem ganha milhões de dólares com livros, filmes e séries de TV sobre o tristemente famoso triângulo das Bermudas.

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