O aquecimento global

O aquecimento global é um fenômeno climático que teve início no século XX e deve continuar durante todo o século XXI. É o aumento das temperatura dos oceanos e do ar. De acordo com o quarto relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, publicado em 2007, a temperatura aumentou 0,18°C no século passado. Pode parecer pouco, mas é o suficiente para determinar a extinção de espécies, principalmente entre os anfíbios.

Sem nenhuma atitude concreta, a temperatura pode aumentar mais de 6ºC até 2100, provocando a elevação do nível dos mares e prejudicando – ou mesmo inviabilizando – a permanência do homem em determinadas regiões costeiras: Roterdã (Holanda), Nova Orleans (EUA) e Daca (Bangladesh) são os casos mais preocupantes.

Especialistas calculam que 22 ilhas do oceano Pacífico, entre elas Tuvalu e Nauru, simplesmente serão inundadas. O arquipélago de Carteret, pertencente a Papua Nova Guiné, deve desaparecer até 2015. A altitude máxima de Nauru é de apenas 15 metros acima do nível do mar.

As causas

O aquecimento global é causado pela ação humana e consequente impacto sobre a natureza. Nos últimos 100 anos, as concentrações dos gases responsáveis pelo efeito estufa vêm aumentando consideravelmente, com o aumento da queima de combustíveis fósseis e do desflorestamento.

O efeito estufa impede que parte dos raios solares sejam refletidos pela Terra, retornando ao espaço. Isto determina a elevação gradual da temperatura. A ampliação da criação de gado também contribui para o fenômeno, já que os animais emitem gás metano, que, somado ao dióxido e monóxido de carbono, prejudica a camada de ozônio que protege o planeta dos raios ultravioleta A e B, nocivos para a saúde.

As consequências

O aquecimento global já provocou dois buracos na camada de ozônio, situados acima dos polos terrestres. Os raios UV são responsáveis por diversas doenças de pele, inclusive câncer, cujos casos vêm aumentando nas duas últimas décadas.

O aumento do nível do mar deve provocar mudanças do padrão pluviométrico, gerando secas e enchentes. No Brasil, o cerrado e a Amazônia são as áreas mais ameaçadas.

Trata-se, na verdade, de um efeito dominó: a eventual transformação da Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, em uma região de campos, determinaria a total desertificação do Nordeste.

Os problemas devem ocorrer no mundo todo. No Ártico, o degelo pode determinar a extinção de diversas espécies, fato que deverá ocorrer em várias partes do globo. A produção agropecuária também vai conhecer alterações, com a mudança da vegetação e do regime de chuvas.

As providências

Desde 1972, chefes de governo reúnem-se periodicamente para debater os efeitos do aquecimento global e as atitudes para combatê-lo. A primeira reunião foi realizada em Estocolmo (Suécia). Em 1988, foi realizada a Conferência sobre Mudanças Atmosféricas em Toronto (Canadá). Os debates continuaram no Rio de Janeiro, em 1992 e 2012.

O Protocolo de Kyoto, que já foi assinado por mais de 180 países, prevê a redução dos gases. Países desenvolvidos, no entanto, como EUA e Alemanha, sempre apresentam resistências, para não prejudicar a produção industrial. É urgente, no entanto, a adoção de providências para o desenvolvimento sustentável, antes que consequências danosas se instalem definitivamente.

Controvérsias

Apesar de haver consenso na comunidade científica sobre o aquecimento global e seus efeitos nocivos – um levantamento feito em publicações técnicas entre 1993 e 2003 mostrou a produção de 928 artigos reafirmando as consequências da ação do homem nas alterações climáticas e nenhum refutando esta hipótese – a imprensa não científica, numa busca por imparcialidade, muitas vezes apresenta os dois lados da questão. Pesquisa feita com artigos de jornais dos EUA revelou que quase 70% deles negava algum aspectos do aquecimento global (o aumento da temperatura, suas causas e consequências), ou apresentava um texto “equilibrado”, dando espaço aos discordantes.

Uma coisa, no entanto, é certa: a temperatura está subindo e os efeitos já estão sendo sentidos. Para piorar, a Terra é o único planeta que temos para viver.