A Queda da Bastilha

A Bastilha foi construída no século XVI, para ser o portal do bairro Saint-Antoine (em Paris), mas poucos anos depois passou a funcionar como masmorra. Em 1789, no dia 14 de julho, revolucionários franceses tomaram a fortaleza. Apesar de à época ter apenas sete prisioneiros, a Queda da Bastilha tornou-se um símbolo revolucionário.

Desde o final da Idade Média, a França era governada por uma monarquia absolutista. A sociedade se dividia em três estados: clero (Primeiro Estado), nobreza (Segundo Estado); o restante da população fazia parte do Terceiro Estado. Eram os camponeses e burgueses, habitantes dos burgos (cidades). Com várias dissoluções, o Parlamento francês era composto por estes três estados, numa composição desigual. Além de serem minorias, clero e nobreza votavam em conjunto, fato que anulava qualquer possibilidade de representação popular. Era o Ancién Régime (Regime Antigo).

Luís XVI ascendeu ao trono francês e, 1774, aos 20 anos, cheio de ideias reformistas, mas as dificuldades financeiras pelas quais passava o país fizeram-no deixar seus ideais. Chegou a reconvocar o Parlamento, mas a marca principal de seu governo foram os privilégios concedidos à aristocracia. Ele e seu pai (Luís XV) deram apoio às colônias inglesas na América (as 13 colônias que deram origem aos EUA). Luís XV perdeu a maior parte das colônias que a França possuía no atual Canadá e Índia ao final da Guerra dos Sete Anos, em 1763, para a Inglaterra.

As guerras contínuas com a grande rival quebraram o país. Depois de várias tentativas, o governo encontrou a solução para controlar as finanças: aumentar a carga de impostos de burgueses e camponeses. Formou-se o ambiente necessário à revolução.

Voltemos a 1789. Em 5 de maio, os Estados Gerais se reuniram para discutir a situação econômica, mas não chegaram a nenhum resultado prático, pela resistência dos aristocratas. Em 17 de junho, representantes do Terceiro Estado se reuniram na Assembleia Nacional, com o propósito de redigir uma constituição para o país.

Luís XVI colocou-se contrário à proposta, mas, vendo os ânimos da população, foi obrigado a ceder.

A Queda da Bastilha, com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, formam o terceiro evento da Revolução. O primeiro foi a revolta da nobreza, que se recusou a pagar impostos, e o segundo, a formação da Assembleia Nacional. A constituição pôs fins aos direitos feudais dos nobres, proclamando os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade.

Luís XVI foi deposto de 1791 e decapitado com sua mulher, Maria Antonieta, em 1793.

A Primeira República francesa terminou em 1799, com o golpe 18 Brumário de Napoleão Bonaparte, que tomou o poder e restaurou a monarquia. Mas a Tomada da Bastilha é um evento tão emblemático para os franceses que a data nacional continua sendo o Quatorze de Julho: é a Fête de La Fédération (Festa da Federação).