A bomba de Hiroshima

Em 6 de agosto de 1945, na etapa final da Segunda Guerra Mundial, foi lançada uma bomba atômica em Hiroshima, após intenso bombardeio sobre 67 outras cidades japonesas. Três dias depois, uma segunda bomba atômica explodiu em Nagasaki. Em Hiroshima, foram mortas 140 mil pessoas e em Nagasaki, 80 mil, na maioria civis. Os números não abrangem as mortes decorrentes da radiação nuclear. As duas cidades foram escolhidas pelo desenvolvimento econômico.

A bomba atômica foi desenvolvida pelo Projeto Manhattan, criado pelos EUA com apoio de Canadá e Inglaterra. A ideia original era usá-las contra a Alemanha nazista, de onde vinham informações que havia projetos para o uso da fissão nuclear em armas. A pesquisa americana foi conduzida pelo físico Robert Oppenheimer.

Foram produzidas três bombas. Em 16.7.1945, foi feito o primeiro teste em Alamogordo, Novo México, para avaliar a capacidade de destruição do artefato. O projeto consumiu dois bilhões de dólares à época.

A guerra no Pacífico se arrastava desde 1940. O Japão havia invadido a China e tomado várias ilhas. Em 7.12.1941, os japoneses bombardearam a base naval americana de Pearl Harbour, o que determinou a entrada dos EUA no front asiático da guerra. A China se deu bem; para investir no Pacífico ocidental, os japoneses tiveram que reduzir as atividades bélicas no continente. Os chineses já haviam adotado a política da terra arrasada: cediam grandes áreas do seu território, mas antes destruíam as instalações e plantios agrícolas. Com a destruição de diques do rio Amarelo, boa parte das terras cedidas ao invasor foi inundada.

Entre 1942 e 1945, os EUA se dedicaram a destruir as conquistas japonesas. Apesar de ter conquistado Malásia, Cingapura, Indonésia, Filipinas, Birmânia (atual Myanmar), o ritmo do Japão começava a declinar. Inicialmente, as forças de ocupação foram recebidas como libertadoras (com exceção das Filipinas), mas as duras condições impostas pelo Japão começaram a produzir resistências.

As derrotas nas batalhas do Mar de Coral e de Midway reduziram drasticamente o poder de ataque do Império. Em fevereiro de 1943, com a vitória em Guadalcanal, o conflito virou definitivamente em favor dos aliados.

Os EUA adotaram ataques submarinos sistemáticos, privando o Japão de matéria-prima para sua indústria de armamentos. O desabastecimento de itens básicos passou a ser a regra geral.

Em 1945, temos um Japão praticamente destruído, mas disposto a não capitular. Então, o presidente americano Harry Truman decidiu usar as bombas atômicas para acelerar o fim da guerra. Menos de um mês depois do episódio de Nagasaki, em 2.9.1945, o governo japonês assinava sua rendição.

O poeta Vinícius de Morais comparou a bomba de Hiroshima a uma rosa, mas “sem cor, sem perfume, sem rosa, sem nada”.