A dieta detox

De acordo com a dieta detox, quando o organismo elimina uma quantidade maior de toxinas, a pessoa consome mais energias, e com isto acelera o metabolismo. Isto favorece cabelos e pele, reduz o inchaço e confere mais ânimo para as atividades do dia a dia. Mais movimento significa queima de gorduras e, portanto, emagrecimento.

Na dieta detox, que declaradamente aumenta até a libido – e, portanto, a disposição para namorar –, não é preciso um longo período de desintoxicação, como o preconizado em outros métodos. Basta uma semana com restrições alimentares para observar as primeiras mudanças positivas. Detox é a sigla em inglês para desintoxicação.

Atenção, mulheres: a dieta detox não deve ser iniciada durante a tensão pré-menstrual (TPM), nem a menstruação. São fases em que há alterações hormonais significativas, responsáveis, entre outros, pela retenção de líquidos, irritação e depressão. As grávidas não devem fazer dietas por iniciativa própria.

Para quem trabalha fora, o ideal é começar a dieta detox no fim de semana, a fim de reservar o tempo necessário para a preparação de sopas, vitaminas e sucos do cardápio. Um benefício adicional é que, quando alguém se decide por iniciar uma dieta no sábado, escapa das tentações do FDS: churrascos, pizzas e a famosa “macarronada da mama”.

Retomando as tarefas dos intestinos

O primeiro passo da dieta detox é eliminar a hipermeabilidade intestinal. Trata-se da recuperação das funções intestinais – o órgão é responsável pela absorção de diversos nutrientes e também pela formação do bolo fecal. A impermeabilização dos intestinos responde, além do mau funcionamento, pelo acúmulo de gorduras e líquidos, que provocam os inchaços abdominais.

Para tanto, é preciso incluir frutas ricas em líquidos, que, nos dois primeiros dias, deve ser o único alimento, de acordo com alguns nutricionistas, enquanto outros sugerem alimentos ricos em glutamina, o principal aminoácido dos músculos, presente nos alimentos de origem animal – é preciso dar preferência aos laticínios e ovos (para evitar o consumo de gorduras). Em ambos os casos, a ingestão diária não deve ultrapassar 900 calorias.

Quem faz a dieta detox deve ser disciplinado. Com a redução do total de calorias para menos da metade, é preciso alimentar-se com mais frequência, para não sofrer com vertigens e náuseas. Pode-se abusar dos sucos: a cada duas horas, é preciso tomar um copo: os melhores são os de melão, melancia e abacaxi, ricos em vitaminas e sais minerais, além de apresentarem propriedades vermífugas.

O café da manhã pode ser uma vitamina de frutas (mamão, banana e laranja) enriquecida com sementes de linhaça, sem açúcar nem adoçante. Nesta primeira fase, o iogurte (natural e desnatado) deve ser incluído no café da manhã, para recompor a flora intestinal. Alimentos ricos em fibras, como os cereais integrais, também são bem vindos. Aveia e banana amassada podem complementar a primeira refeição.

Nos lanches (manhã e tarde), sucos de couve ou cenoura (batido com leite de soja, uma fatia de hortelã, lascas de gengibre, ameixa seca ou folhas de hortelã) são boas opções. Quem não resiste ao sabor doce pode incluir algumas folhas de stévia, um adoçante natural. Mas não abuse: duas folhas ou o caule entre uma ramificação e outra são suficientes para adoçar um copo de suco ou uma xícara de chá. Chás de erva-cidreira ou hibisco são boas alternativas.

O almoço e o jantar se resumem a um prato de sopa de legumes. Para realçar o sabor, pode-se usar quinoa e abusar de temperos, como alecrim, orégano e manjericão, que são antifúngicos e vermífugos. Antes de dormir, um frasco de leite fermentado ou um copo pequeno de leite de coco ou suco light à base de soja complementam a nutrição diária.

Prepare-se para “pit-stops” no banheiro mais frequentes. Com o aumento da ingestão de líquidos, o sistema excretor é estimulado a trabalhar mais. Todo o metabolismo é ativado: o sangue carrega mais oxigênio, vitaminas e sais minerais para as células, o que fortalece o sistema cardiorrespiratório.

Sempre que a bexiga urinária der sinais de que está cheia, corra para o vaso sanitário. Uma dica para saber se a frequência das micções está adequada: a cor do xixi deve ser um amarelo muito claro e transparente. O bolo fecal também tende a aumentar, mas isto não significa que as fezes serão expelidas mais vezes. A dieta apenas fará a regulação.

A etapa seguinte

Chega o momento de dar atenção ao fígado. Entre o terceiro e o sétimo dia, o consumo diário sobre para 1.200 calorias e o cardápio para os lanches inclui frutas (maçã verde e pera d’água). No almoço e jantar, passa a incluir saladas verdes, de cenoura, rabanete e beterraba (um pires), arroz (de preferência integral), um filé de frango ou peixe (a medida é contada do punho à raiz dos dedos) e, para a sobremesa, gelatina diet.

A salada pode ser substituída por tabule (com trigo integral), mas, neste caso, é preciso eliminar o arroz. Nos lanches, podem ser incluídas pequenas fatias de queijo branco ou de peito de peru. No final do dia, castanhas de caju (no máximo cinco) ou frutas secas (especialmente ameixas e damascos: três ou quatro) e uma xícara de chá complementam as necessidades nutricionais e conferem a sensação de saciedade.

A manutenção

Para aumentar a eficácia, a dieta deve ser reproduzida na semana seguinte. Em seguida, pode-se retomar a alimentação normal, aproveitando os benefícios da reeducação. Se necessário, a dieta detox pode ser repetida um mês após o início da primeira etapa.

Em qualquer dieta, especialmente na dieta detox, é preciso reduzir ao máximo o consumo de alimentos xenobióticos – os que sofreram algum tipo de contaminação pelo ar, água ou solo, pela ação de agrotóxicos. Para dar menos trabalho ao fígado, prefira os alimentos orgânicos e elimine totalmente os industrializados.

A dieta é trabalhosa: não é possível comprar sopas prontas, porque quase todas apresentam excesso de sódio, um dos responsáveis pela intoxicação do organismo. É preciso ter muito cuidado na higienização dos alimentos (os orgânicos podem vir com insetos e pequenos vermes, por não serem cultivados com defensivos agrícolas) e cozinhar os legumes – abobrinhas, cenouras, lentilhas, ervilhas, etc. para as sopas.

Toda dieta significa uma mudança radical de hábitos e pode ter efeitos colaterais, inclusive prejudiciais à saúde. Médicos e nutricionistas devem ser consultados antes do início do regime alimentar, para avaliar as condições e sugerir um cardápio que contemple as necessidades do organismo.