Terçol: o que é? Como evitá-lo?

O terçol, também chamado de hordéolo, é um pequeno abscesso que surge na borda externa de uma das pálpebras, perto dos cílios, provocado pela inflamação das glândulas sebáceas (glândulas de Zeiss e Mol), geralmente causada por uma infecção bacteriana (Staphylococcus). Mais comum em crianças e no início da adolescência, em função das alterações hormonais (apesar de afetar pessoas de todas as idades), o terçol pode ser seco com aplicações de compressas de água quente ou morna.

A higienização da área dos olhos é a principal forma de reduzir a incidência do terçol, mas não é possível evitá-lo totalmente. Os primeiros sinais são rigidez, dor vermelhidão. Em seguida, surge uma saliência dolorida e quente, semelhante a uma espinha. Outros sintomas são sensação de areia no olho, olho lacrimejante, coceira (como se um corpo estranho estivesse entre a pálpebra e o globo ocular) e aumento da sensibilidade à luz. Em geral, o terçol regride em dois ou três dias. Quando o mal se prolonga, o médico pode receitar o uso de pomadas ou colírios antibióticos.

Quando o terçol afeta pessoas idosas ou muito debilitadas, pode ser necessário o uso de antibióticos orais, uma vez que a região das pálpebras é muito irrigada e a inflamação pode disseminar-se.

O terçol pode ser desencadeado pelo estresse e pela desnutrição. Em geral, é causado pelo excesso de secreções produzidas pelas pálpebras em contato com bactérias presentes na pele. Pode também ser secundário, provocado por uma blefarite – inflamação não contagiosa das pálpebras que provoca o aumento da produção sebácea.

Um oftalmologista pode diagnosticar o terçol apenas com o exame clínico. Recidivas constantes, no entanto, podem levar o especialista a pedir exames laboratoriais, que, se não identificarem a presença de bactérias, indicam que o paciente pode estar sofrendo com calázio.

Não se deve perfurar e espremer um terçol. É uma doença de evolução rápida, apesar de incômoda e, às vezes incapacitante, mas em alguns dias surge um ponto amarelo, sinal da presença de pus, que é drenado espontaneamente.

Calázio

Uma inflamação semelhante ao terçol é o calázio, que ocorre na glândula de Meibômio e não é provocada por bactérias. A inflamação, apesar de visível, concentra-se na parte interna das pálpebras.

Mesmo depois de controlado, o calázio pode circunscrever-se e formar um granuloma; sem sinais inflamatórios, ele aumenta e diminui de tamanho, na medida em que a substância produzida pela glândula não consegue ser expelida. Trata-se, portanto, de uma doença mais delicada, que pode indicar algum defeito de refração do olho, se ocorrer com frequência. Isto é sinal de problemas na visão, a ocorrência de miopia, presbiopia, astigmatismo ou hipermetropia.

O uso de sabonetes com pH neutro é indicado para quem sofre com calázio. A oleosidade da região precisa ser reduzida, para não obstruir os canais das glândulas de Meibômio.

Perigo de contágio

Ao contrário do que se imagina, o terçol não é transmitido de uma pessoa para outra. Pode ocorrer transferência de bactérias, mas a condição para sua instalação é a cobertura excessiva de óleo sobre a pele, que impede a excreção das glândulas sebáceas.

Mesmo estando perto de uma pessoa afetada pelo mal, não há risco de transmissão; por isto, não existem casos de epidemias de terçol, ao contrário, por exemplo, das conjuntivites virais e bacterianas, que podem ser transmitidas pelo ar, especialmente em dias frios, quando muitas pessoas permanecem em ambientes fechados, como escritórios e meios de transporte.

No caso do calázio, não há risco nenhum de contágio, uma vez que a doença não está envolvida com um microrganismo; é uma reação do sistema imunológico, devido ao acúmulo de oleosidade, entendida como um agente invasor.