Os animais pensam?

Não é de hoje que o homem convive com os animais. Os lobos, por exemplo, ao perceberem que se tornando mais mansos e amigáveis com os seres humanos encontraria comida com maior facilidade, foi se adaptando a esta realidade e de lá prá cá, vimos seus descendentes cada vez mais próximos de nós, até que chegamos aos dias de hoje onde temos a alegria de conviver com diversas espécies de cachorros que descenderam desses lobos domesticados. Quando mais perto estamos dos animais, mais queremos entender a seu respeito, é fato que os animais domesticados têm inúmeras artimanhas e formas de manipulação para conseguirem arrancar o que querem de nós e, na maioria das vezes, conseguem. Afinal, quem resiste àquelas carinhas tão fofas?

A dúvida seria se essas artimanhas se dão apenas pelo instinto ou será que existe alguma lógica de pensamento e se existe, como esses animais pensam? Será que é da mesma forma que nós humanos?

De acordo com os pesquisadores, o pensamento abstrato é algo relativo somente ao homem, nenhum outro animal tem essa habilidade, mas quanto mais se estudo sobre o assunto, mais se percebe que o limite do intelecto que distingue o ser humano dos demais animais não é tão grande quanto se pensava. Não, eu não estou falando do seu gato ou do seu cachorro, as travessuras e manipulações realizadas por eles são, provavelmente, fruto de seu instinto, poder de observação e aprendizado mesmo, mas quando se trata de outras espécies como golfinhos, baleias, gorilas, orangotangos, chimpanzés e mais se estuda sobre elas, mais perto se chega da resposta sobre se estes animais realmente pensam.

Estudos realizados em meados das décadas de 1950 e 1960 estabeleceram um marco inicial nesta questão, nestes estudos foram observados os comportamentos de macacos e também seu poder de adaptação e aprendizagem de outras formas de se alimentar de acordo com a alteração de comportamento de um dos outros membros do grupo. Esta constatação mostrou que não era somente o ser humano que poderia transferir uma conduta social aprendida que não havia sido passada através dos genes ou sequer aprendida de forma individual.

Outros estudos mostraram que os primatas são capazes de levar uma vida social razoavelmente complexa, mostrando habilidades com ferramentas e uma linguagem com mais de 20 sons diferentes, sabe-se também que os mamíferos, mais especificamente, as baleias e os golfinhos, assim como os elefantes tem a capacidade de aprender a ensinar.

Até mesmo a Organização das Nações Unidas, a ONU, já deixou claro que acredita que não podemos tratar os primatas como animais comuns e até reconheceu que eles possuem autoconsciência, cultura própria e até políticas. Se a autoconsciência, a forma de vida em sociedade, a habilidade com ferramentas, o uso de linguagem, entre outros, define se estes animais pensam ou não, ainda não podemos afirmar com toda certeza, mas não seria de se estranhar se em algum dado momento chegarmos à conclusão de que esses animais têm muito mais conhecimento e faculdades do que imaginamos um dia.