Machu Picchu, ruínas de uma civilização perdida?

Em quíchua, idioma falado pelos incas, povo que floresceu na América andina antes da chegada dos exploradores espanhóis, Machu Picchu significa Velha Montanha. É uma cidade pré-colombiana situada a 2.400 metros de altitude, no vale do rio Urubamba, no Peru. Os 172 edifícios, bem conservados (alguns foram reconstruídos), dispersos num terreno de 530 metros de comprimento por 200 metros de largura, só foram encontrados em 1911, por Hiram Bingham, professor da Universidade Yale. O relato está em seu livro “A Cidade Perdida dos Incas”.

Antes disso, a partir do século XIX, mineradores que atuavam na região teriam violado vários prédios, vendendo o produto do saque para colecionadores.

Machu Picchu tem duas zonas bem diferenciadas: a rural, formada por terraços cortados nas faces da montanha para cultivo de alimentos, e a urbana, com praças, templos e um túmulo real, provavelmente de Pachacuti, que construiu a cidade. Um muro de 400 metros separa as zonas rural e urbana. Os incas cultuavam o deus Sol, que devia percorrer suas cidades para garantir colheitas fartas. Por isso, a Machu Picchu parece uma cidade planejada, com edifícios alinhados, ruas largas e escadarias unindo os terraços.

Especialistas afirmam que Machu Picchu foi construída para centralizar a coleta de impostos das diversas regiões conquistadas pelos incas, além de funcionar como refúgio para a família real e sua corte, em caso de ataque.

Apesar de estar numa região bastante chuvosa, Machu Picchu recebe turistas durante o ano todo. O Peru oferece excelente infraestrutura para o turista, a partir de Cuzco e Águas Calientes. Para visitar este tesouro inca, parte-se de Cuzco, numa viagem de trem de três horas até Águas Calientes, que tem ligação rodoviária com Machu Picchu, num trajeto de meia hora. Há voos de helicóptero, de Cuzco, de apenas 30 minutos.

Alguns visitantes preferem seguir até a cidade inca a pé. Para isso, é preciso descer do trem no quilômetro 82. A trilha completa tem 45 quilômetros e consome quatro dias, com pernoites em acampamentos. Na opção mais rápida, de 12 quilômetros, o turista pode atravessar a Porta do Sol no mesmo dia.

A UNESCO considera Machu Picchu como patrimônio cultural da humanidade.

A civilização inca não se perdeu: seu idioma ainda é falado por milhares de bolivianos, peruanos e equatorianos, que mantêm tradições e fazem artesanato semelhante ao encontrado pelos espanhóis, no século XVI.