Dores nas axilas: causas e tratamentos

Um trauma pode deixar dolorida a região das axilas. Mas dor e inchaço persistentes provavelmente são decorrentes de problemas nos linfonodos ou gânglios linfáticos, pequenos órgãos perfurados por canais da rede linfática, cuja função é produzir anticorpos. As dores podem incomodar e prejudicar o movimento do braço.

O uso de produtos antiperspirantes (desodorantes com alumínio na formulação, que tapam os poros e evitam o suor) e a raspagem dos pelos podem provocar pequenos cistos e infecções superficiais na pele. Isto ocorre mais frequentemente entre adolescentes. Basta trocar o produto e usar cremes depilatórios em lugar da lâmina de barbear. Na ocorrência de cortes e lesões, a região deve ser mantida sempre limpa, para reduzir os riscos de infecção por fungos; compressas de gelo ajudam a diminuir as dores e inchaços nas axilas.

dores-axilas

As dores nas axilas também podem ser resultantes de uma reação alérgica. Perfumes, desodorantes, talcos, sabonetes, alguns tipos de tecidos e, em menor grau, certos alimentos, medicamentos e picadas de insetos, são em muitos casos os responsáveis pelo surgimento de caroços, coceira, irritação, vermelhidão e desconforto.

Se uma destas for a causa, o tratamento é trocar os produtos e evitar usar tecidos sintéticos e roupas apertadas, para reduzir o atrito no local. Os desodorantes devem ser os indicados para peles sensíveis, preferencialmente sem perfume. Outra opção é usar bicarbonato de sódio e pomadas ou loções antifúngicas.

Outras causas comuns são a presença de tumores nas axilas, um estiramento dos músculos do braço, reações a algumas vacinas (contra varíola e sarampo) ou por causa do diabetes, que pode danificar os nervos. Esta condição também pode provocar dores nas mãos, pés e pernas. O amortecimento na região geralmente acompanha este quadro clínico. Reações a medicamentos à base de sulfa, iodo ou penicilina também causam dores e inchaços. Os sintomas podem indicar problemas ainda mais sérios, como linfomas, leucemias e, nas mulheres, câncer de mama.

Os sintomas

Quando as dores nas axilas estão relacionadas a problemas nos gânglios linfáticos, na maioria dos casos o desconforto se irradia para os braços e ombros. Ocorre inchaço, ardência, foliculite (infecção nos folículos pilosos, as estruturas que produzem os pelos), dormência e hidrosadenite supurativa (doença crônica que afeta as glândulas sudoríparas e os folículos e pode criar abscessos).

Os gânglios linfáticos não requerem atenção médica urgente. Sua função é fagocitar (destruir) vírus, bactérias e restos celulares (inclusive células neoplásicas que estejam circulando pelos canais linfáticos); quando o organismo é invadido por microrganismos, os linfócitos (um tipo de glóbulos brancos) destes gânglios passam a se multiplicar rapidamente, para combater os atacantes. Isto gera o inchaço e as ínguas, que são caroços perceptíveis à palpação.

Exames e tratamentos para dores nas axilas

A hidratação é fundamental para a saúde da pele. É necessário beber muitos líquidos durante todo o dia. Água de coco, água pura e chá verde estão entre as melhores opções. Café e energéticos são diuréticos e, por isto, seu consumo deve ser reduzido.

Banhos de aveia são excelentes para higienizar a pele. Basta colocar algumas colheres em um pano ou meia e usar como esponja. Este tratamento estético pode ser realizado em dias alternados, antes do banho com sabonete. A pele precisar ser muito bem enxaguada depois do procedimento.

Se os sintomas persistirem por mais de 15 dias, no entanto, fica claro que está ocorrendo um processo infeccioso. Além disto, se o paciente notar que eles são duros e resistentes e estão se desenvolvendo rapidamente, é hora de procurar o médico, que consegue indicar outros fatores para as dores nas axilas, imperceptíveis para leigos. Outros sinais associados às dores nas axilas que requerem atenção são inchaço no rosto ou na garganta, dificuldade para deglutir ou para respirar e manchas roxas no local.

Depois de uma inspeção visual, de acordo com a intensidade da dor e a gravidade da situação, o especialista pode solicitar uma ultrassonografia ou tomografia computadorizada para investigar melhor as condições do paciente.

Hemograma completo, teste das funções hepática e renal, investigação por imagem do fígado e do baço, mamografia e radiografia do tórax estão incluídos entre os exames que podem ser solicitados. Em casos mais simples, o tratamento mais comum é feito à base de antibióticos (para combater infecções bacterianas) aliados a analgésicos, como o ibuprofeno, que ajuda a reduzir a inflamação local.

No caso de cânceres, a correção é mais agressiva, incluindo cirurgias, radioterapia ou quimioterapia.