Descobertas arqueológicas apavorantes e divertidas

A Arqueologia é a ciência que estuda as civilizações antigas já extintas, definindo as suas conclusões através de ferramentas de trabalho, artigos religiosos, obras de arte e ruínas de monumentos. Na maior parte do tempo, o trabalho consiste na prospecção, escavação e análise do material recolhido. Muitas vezes, no entanto, os cientistas se deparam com descobertas arqueológicas apavorantes.

Algumas descobertas são apenas divertidas ou curiosas. Por exemplo, em 2010, foi encontrado um sapato de 5.500 anos, manufaturado na região da atual Armênia. Ele é mais antigo que as pirâmides do Egito, por exemplo. O produto é de alta qualidade e devia ser reservado para membros da nobreza e do clero.

Curiosidades

O sapato faz parte de uma coleção de objetos encontrados em uma gruta e impressiona pela qualidade da fabricação: foi produzido em couro de vaca e envernizado com óleo vegetal. O calçado data da Idade do Cobre (2500 a 1800 a.C.), mesma época da domesticação do cavalo e da invenção da roda.

Junto com o artigo de couro, foram encontrados instrumentos para produção de vinho e cachos que podem ser as frutas secas preservadas mais antigas do mundo: elas se assemelham a uvas e ameixas. Os arqueólogos também encontraram três caveiras de adolescentes e outra de um adulto, aparentemente paramentada e bastante antiga, talvez de um sacerdote morto há cerca de seis mil anos. Talvez a gruta tenha sido um local para prática de rituais de religião e magia.

Fé e ciência

Em 1944, Waldemar Julsrud, um comerciante de ferragens alemão radicado no México, descendo a cavalo a montanha de El Toro, no Estado de Guanajuato, deparou-se com um objeto cerâmico parcialmente enterrado. O comerciante tinha familiaridade com a arqueologia, sendo à época um dos principais colecionadores de objetos pré-colombianos.

Julsrud fez um arranjo com um de seus empregados e alguns camponeses da região para escavar a área, combinando pagamento por peça encontrada. Foram encontradas 33.500 peças, com tamanho entre dois centímetros e 1,80 metros. O mais impressionante é que datações não oficiais com carbono 14 estimam a idade das esculturas em seis mil anos.

São representações muito bem preservadas de ídolos, instrumentos musicais, máscaras, ferramentas e utensílios que evocam povos asiáticos, africanos, caucasianos, mongóis, esquimós e estranhas figuras monstruosas, que lembram dinossauros (10% do total das escavações), quase sempre em posição de ataque.

Foi o suficiente para que grupos que defendem o Criacionismo – a crença de que Deus formou todas as suas criaturas em apenas seis dias, seguindo uma interpretação literal do Antigo Testamento – justificassem a descoberta como uma prova inconteste de que a Teoria da Seleção Natural, de Charles Darwin, era uma farsa.

No entanto, os arqueólogos fazem ressalvas às “figuras de Acámbaro”. O “pagamento por produção” proposto por Julsrud, por exemplo, seria um grande incentivo para a produção (ou reprodução) das figuras encontradas. Para Charles Di Peso, um dos principais arqueólogos americanos, os achados de El Toro estavam bem preservados demais para terem permanecido enterrados por milhares de anos. Relíquias autênticas estariam arranhadas e desgastadas.

E quanto aos dinossauros? Os povos pré-colombianos não tinham qualquer informação sobre a sua existência. Na verdade, asiáticos e europeus, apesar de terem se deparado com muitos esqueletos fósseis, também não entendiam quase nada sobre os “lagartos terríveis”.

As primeiras tentativas para explicar a existência (e posteriormente destruição) dos répteis gigantes surgiram no século XIX, na Academia Real de Ciências, de Londres. Os “doutos cientistas da época” concordaram em que os animais eram “grandes demais para caber na Arca de Noé”, denunciando uma clara associação entre fé e ciência.

Estudos posteriores indicam que os monstros da coleção Julsrud não apresentam espinhos ósseos nas costas: apenas se apresentam com mantos ritualísticos. O rosto e as mãos avantajadas (que se assemelham a focinhos e garras proeminentes) apenas indicam que eles são as expressões de líderes religiosos ou guerreiros, com poder de vida e morte sobre as pessoas comuns.

ETs em colaboração

Em 1938, uma expedição arqueológica chinesa investigava uma remota região entre a China e o Tibete, quando encontraram cavernas com diversos indicativos de ocupação por seres humanos primitivos. Até aí, nada demais. Nos países com invernos rigorosos, era comum que os primeiros povos seminômades, que já dominavam técnicas rudimentares de agricultura e pastoreio, mas ainda dependiam da caça e da coleta, ocupassem grutas para se proteger do frio intenso.

Os objetos recolhidos pela equipe de arqueólogos são bastante controversos. Foram encontradas diversas furnas funerárias e, nas paredes rochosas, havia desenhos de seres com cabeças alongadas, além de diversas representações do Sol, da Lua e das estrelas.

Os pesquisadores também encontraram discos com um furo no centro – as pedras de Dropa. Eram pedras de 30 centímetros de diâmetros com representações entalhadas nas extremidades que, para muitos, são um alfabeto arcaico.

As relíquias desapareceram durante a Segunda Guerra Mundial. Sem citar nomes, muitas autoridades chinesas afirmam que elas foram roubadas pelo império japonês, durante a Segunda Guerra Mundial. Na década de 1960, surgiram relatos e fotos que forneciam subsídios sobre a autenticidade das pedras de Dropa.

Alguns estudiosos afirmam que os misteriosos discos representam a queda de uma nave espacial, há 12 mil anos, nos contrafortes do Himalaia. Os ETs sobreviventes foram venerados pelos nativos como divindades e ensinaram ao povo uma série de avanços tecnológicos. Para alguns especialistas, os alienígenas teriam se adaptado à atmosfera e inclusive procriado com os terráqueos.

Para os ufólogos, no entanto, ainda não é hora de comemorar a prova da existência de vida fora da Terra. As pedras de Dropa só se tornaram populares na década de 1970, coma publicação de “Sungods in Exile” (“deuses do Sol no exílio”), escrito pode David Agamon sobre as notas de um professor de Oxford (Inglaterra).

Em 1995, Agamon (que, na verdade, é apenas “Gamon”), confessou à Revista Fortean Times, que publica artigos sobre situações anômalas que podem indicar vida extraterrestre, que criou toda a história dos “deuses do Sol” inspirado pelo sucesso de “Eram os Deuses Astronautas?”, do escritor suíço Erick von Däniken.