A dengue é uma infecção provocada por vírus da família Flaviridae, transmitidos pelo mosquito Aedes Aegypti. É possível prevenir a doença com a eliminação de depósitos de água: pratinhos sob vasos devem ser retirados ou preenchidos com areia, caixas d’água devem ser bem tampadas, pneus, cobertos, as calhas, limpas regularmente, as garrafas, guardadas com o bico para baixo e todas as poças, enxutas. A água da piscina tratada com cloro não permite a deposição de ovos. A existência de depósitos de água em terrenos baldios e espaços públicos precisa ser comunicada aos órgãos públicos.
Agentes comunitários visitam regularmente os imóveis neste período de calor, ensinando as providências necessárias para prevenir ou evitar ao máximo o desenvolvimento dos mosquitos. Permitir a inspeção desses agentes é um ato de cidadania.
As fêmeas do Aedes Aegypti preferem depositar seus ovos em águas estagnadas e limpas. O período até que as larvas se tornem adultos varia de acordo com a temperatura. Em boas condições, os ovos eclodem em dois dias e, dez dias depois, os insetos já estão voando e procurando parceiros para a reprodução. Se o recipiente for seco antes da eclosão, os ovos podem resistir por até um ano, fato que dificulta o combate à dengue.
Assim como todos os mosquitos, apenas as fêmeas picam o homem, durante a fase fértil; os machos são herbívoros. O Aedes Aegypti é um inseto pequeno (o corpo tem cinco milímetros de comprimento) tem hábitos diurnos, ataca na região dos pés e tornozelos, porque raramente alça voo acima de 50 centímetros do solo e distingue-se dos demais pernilongos por seu aspecto tigrado, inclusive nas patas.
Os sintomas da dengue
Existem dois tipos de dengue: a clássica e a hemorrágica. Isto ocorre porque quatro tipos imunológicos do vírus podem infectar os seres humanos, chamados DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4, também responsáveis pela transmissão da febre amarela urbana. O contágio por qualquer deles confere imunidade, mas a picada por um segundo sorotipo pode provocar a doença do tipo hemorrágico.
Os sinais da dengue surgem três dias depois da picada do mosquito. A febre alta aparece subitamente, acompanhada de dores de cabeça, dor atrás dos olhos, que piora com o movimento ocular, perda de apetite, manchas na pele semelhante às do sarampo (principalmente no peito e braços), náuseas, vômito, vertigem, muito cansaço, dores musculares e nas articulações.
Nem todos os pacientes apresentam todos estes sintomas, que permanecem por cinco ou seis dias e são semelhantes aos da febre amarela, leptospirose e malária. Por isto, é preciso procurar auxílio médico o mais rapidamente possível, para o tratamento adequado.
Na dengue hemorrágica, os sintomas iniciais são os mesmos, mas a doença apresenta uma segunda fase. Quando a febre cede, surgem dores abdominais fortes e contínuas, vômito, sangramentos pelo nariz, boca e gengivas, sudorese, sonolência, e confusão mental, sede excessiva, pulso rápido e fraco e dificuldade para respirar. A pele se torna pálida e fria, as manchas na pele aumentam e pode ocorrer perda de consciência.
Na dengue hemorrágica, o quadro clínico se agrava rapidamente e pode levar o paciente à morte em apenas um dia, em função da deficiência circulatória. Dados do Ministério da Saúde afirmam que 5% dos pacientes morrem – um em cada 20 infectados.
O tratamento
O tratamento da dengue é de suporte, que significa o alívio dos sintomas, reposição de líquidos e manutenção da atividade sanguínea. Uma vez ocorrida a infecção, o paciente terá que aguentar todo o ciclo da doença, que consiste na identificação e combate dos vírus pelo sistema imunológico.
O médico responsável pelo tratamento pode receitar antitérmicos, em caso de febre muito alta. É importante lembrar que pacientes com dengue não podem tomar ácido acetilsalicílico (AAS), presente em muitos medicamentos usados para combater dor e febre. A substância tem efeito anticoagulante, o que pode gerar problemas circulatórios.
Pessoas com problemas cardíacos, mulheres grávidas, crianças e idosos devem ter cuidados especiais, buscando ajuda médica imediata. A dengue, mesmo na forma clássica, pode matar.
Quem já teve dengue, se os sintomas surgirem novamente, acompanhados de sangramentos, mesmo que leves, precisa encaminhar-se imediatamente a uma unidade básica de saúde, já que o risco para a vida é muito elevado.