As maiores florestas do mundo

Todo brasileiro sabe que a Amazônia lidera o ranking das maiores florestas do mundo. Mas existem muitos outros complexos vegetais responsáveis principalmente pela conservação do clima do planeta e da preservação de muitas espécies animais, e eles cobrem 30% da superfície. São formados por selvas de terra firme, igapós e igarapés, trechos de mata que permanecem inundados durante o período chuvoso.

As florestas tropicais úmidas apresentam a maior biodiversidade, e as da América são mais ricas do que as africanas e asiáticas. A maior delas é a “hileia amazônica”. Formada pela bacia hidrográfica do Amazonas – o maior curso de água doce do mundo –, ela ocupa sete milhões de quilômetros quadrados, a maior parte no Brasil (60%), e também na Bolívia, Colômbia, Equador, Venezuela e Guianas.

A Amazônia só perde em tamanho para a taiga siberiana, uma floresta de coníferas, árvores em forma de cone, que ocupa uma área de 18 milhões de quilômetros quadrados. A região é o habitat natural de 2,5 milhões de espécies de insetos, 40 mil de plantas, três mil de peixes, 1.300 de aves, mais de 400 de mamíferos, anfíbios e répteis: 10% das espécies vegetais e animais colonizam a Amazônia, e especialistas consideram que a maioria das espécies ainda não está catalogada. Os símbolos da região são a onça, o jacaré e a anta, além da vitória-régia, que brota em todos os muitos rios que banham a região.

Além do desmatamento, para a retirada de madeiras nobres e expansão agrícola, a Amazônia sofre com a biopirataria: muitas espécies são retiradas para servirem como animais de estimação, enquanto outras são exploradas por suas propriedades terapêuticas e nutritivas. O brasileiríssimo cupuaçu, amêndoa utilizada para a produção de doces (o famoso cupulate), foi patenteado pela empresa japonesa Asahi Foods, do Japão. O registro do nome “cupuaçu” só foi derrubado cinco anos depois. Mesmo assim, a biopirataria continua firme e forte.

Mãe África

Na África central, localiza-se a segunda maior floresta do mundo. A base é a bacia do rio Congo, que ocupa uma área de mais de 4.500 quilômetros quadrados. Contém áreas de floresta alta, áreas inundadas e mangues. É o último refúgio dos gorilas, de outras 400 espécies de mamíferos, 1.000 espécies de aves e dez mil de aves. Mas a presença humana também é muito forte: 30 milhões de pessoas habitam a região e a maioria depende da floresta para sua subsistência.

Boa parte das fronteiras africanas foi traçada de acordo com os interesses dos colonizadores, e não das populações nativas. Assim, etnias diferentes – e muitas vezes rivais – foram reunidas num mesmo país. as disputas étnicas em muitos países são responsáveis pela destruição de grandes extensões florestais, que também são reduzidas pela expansão da pecuária e do desenvolvimento urbano.

O Oriente

O sudeste asiático – Indochina, Indonésia, Malásia, Myanmar, Filipinas e Tailândia – é ocupado pela terceira maior floresta, e a mais antiga do planeta: sua formação data de 70 milhões de anos. Lar de elefantes e orangotangos, é o bioma que sofre a maior degradação: trata-se da floresta equatorial que sofre o maior desmatamento.

Estima-se que 90% de seu território primário – formado por espécies vegetais nativas – esteja desmatado nos próximos dez anos. Os países da região experimentaram forte crescimento econômico nas últimas décadas, o que provocou o crescimento das cidades e a expansão agropecuária. Da mesma forma que ocorre no Brasil, não conseguiram aliar desenvolvimento e sustentabilidade.

Florestas frias

As florestas das regiões subárticas são um complexo vegetal descontínuo. Ocupam boa parte do Alasca, Canadá, Groenlândia, Escandinávia, Rússia e Japão, ou seja, toda a região entre 60° e 75° de latitude norte, ao sul da tundra, faixa de vegetação rasteira onde musgos e liquens são abundantes.

Nas florestas frias, também chamadas de boreais ou de taiga, a vegetação é um pouco mais rica, com a presença de pinheiros e abetos, árvores que não perdem as folhas durante os períodos de frio. A queda das folhas recobre e acidifica o solo, impedindo o desenvolvimento de outras plantas. Estas florestas são bem menos espessas do que as tropicais.

A fauna é pouco diversificada: lobos, ursos, raposas, linces, alces, renas, furões, arminhos, coelhos, castores e algumas espécies de pica-paus e falcões habitam a região gelada. Com exceção dos países escandinavos, todos os demais exploram suas florestas frias sem controle ambiental, explorando a madeira para produção de carvão.