Os países mais estranhos do mundo

Vamos partir da seguinte premissa: apresentaremos as curiosidades sobre os países mais estranhos do mundo a partir do nosso ponto de vista, já que, por exemplo, para os povos do Extremo Oriente é difícil entender na crença em um deus encarnado e, no Japão, o consumo de carne bovina foi proibido por lei durante séculos. Lá, nós é que somos os estranhos.

Os alimentos

O contexto cultural varia de país para país e estabelece as regras de etiqueta, moda, gastronomia, relacionamento entre os dois sexos, etc. Os judeus, por exemplo, não podem comer carne de porco, comum no Ocidente. Já os coreanos e chineses respondem pelo maior consumo de carne de cachorro, fato que parece inviável para quem tem um cãozinho de estimação e considera o animal como parte da família.

A gastronomia em algumas culturas é bem peculiar.
A gastronomia em algumas culturas é bem peculiar.

Os membros da tribo Massai, na África, entre o Quênia e a Tanzânia, com quase um milhão de habitantes, sobrevivem com uma dieta de apenas 300 calorias por dia (a média recomendada pela Organização Mundial de Saúde para um adulto saudável é de duas mil calorias). Mais uma curiosidade sobre os Massai: o rito de passagem para a vida adulta, entre 12 e 13 anos, é a circuncisão dos meninos e a retirada do clitóris das meninas. Eles não podem chorar nem gritar durante a cerimônia.

Enquanto os Massai se alimentam principalmente de carne bovina, as vacas são sagradas na Índia e nenhum hindu pensaria em sacrificá-las. Elas andam soltas pelas grandes cidades e chegam a provocar grandes congestionamentos quando decidem descansar no meio de grandes avenidas. Em algumas cidades, macacos, ratos e serpentes também são considerados sagrados e há templos lotados deles.

A beleza

Na Tailândia, as mulheres da tribo Karen Padaung, grupo de fugiu de Myanmar e estabeleceu-se nas montanhas do noroeste do país, começam a usar aros de cobre no pescoço assim que atingem os cinco anos. O número de aros aumenta continuamente, esticando o pescoço; quanto mais longo, mais atrai os homens. Várias ilhas da Oceania adotam o mesmo costume. As mulheres também forçam os ombros para baixo, para aumentar o “efeito girafa”. São conhecidas como as “Mulheres Girafas”.

As Mulheres Girafas
As Mulheres Girafas

Na Mauritânia, no noroeste da África, a moda é a obesidade. Os quilos extras indicam que elas não precisam trabalhar, pois têm um marido rico. As famílias mais ricas internam suas filhas em “campos de engorda”, onde as crianças são submetidas a dietas com até 16 mil calorias diárias. Há também um significado emotivo: quanto maiores, mais espaço elas ocupam no coração de seus amados.

As "gordinhas" da Mauritânia, na África
As “gordinhas” da Mauritânia, na África

Herdeiros dos persas, os iranianos são conhecidos pelo nariz grande. No entanto, com a globalização – e os padrões de beleza ocidentais sendo exportados para o mundo todo –, as mulheres do país dos aiatolás querem ter narizes das estrelas de Hollywood e submetem-se a cirurgias plásticas para obtê-los. O motivo é que o nariz é uma das poucas partes não cobertas pelas burcas que são obrigados a usar em locais públicos. O número de homens no Irã com nariz de Brad Pitt também aumenta a cada dia.

A moda no Brasil é o bronzeado: todos querem pegar uma corzinha no verão. No sudeste asiático, entretanto, ocorre o contrário: malaios, paquistaneses, coreanos e indianos querem “se esbranquiçar”, usando cosméticos. Existe até um mercado negro de medicamentos para combater o vitiligo, que provocam a despigmentação. Na Grécia antiga, a pele clara era sinal de riqueza: os mais clarinhos não precisavam trabalhar nas lavouras.

Os Maori, que habitam a Polinésia, criaram há séculos a arte da tatuagem. Entre eles, a moda é tatuar o rosto (para as mulheres, apenas nos lábios e no queixo). Nas Ilhas Marquesas, na Polinésia francesa, tatuagens no pé esquerdo e na mão direita indicam que a mulher é casada. Em algumas regiões da Índia, as noivas, fazem imensas tatuagens provisórias de henna para a cerimônia nupcial. Elas passam horas em pé, com as mulheres da família e as melhores amigas desenhando arabescos na pele.

A cultura

Na Rússia, beijos entre homens são um cumprimento bastante comum. Entre os judeus antigos, o beijo era uma forma de mostrar intimidade.

Homens judeus e muçulmanos não podem fazer a barba: é um atributo viril que deve ser observado. A exceção fica por conta dos períodos de luto, quando, em alguns casos, até os cabelos são raspados.

Na Austrália, os Aranda, um grupo aborígene, adotam rituais de dança em que as mulheres são oferecidas a outros homens, para relações sexuais, pelos próprios maridos. Elas dançam com movimentos sensuais, procurando seduzir desconhecidos.

Em Botsuana, sul da África, entende-se que a grande proeminência de pequenos lábios vaginais aumenta a satisfação sexual dos homens. Por isto, a partir da puberdade, as meninas esticam os lábios e chegam a usar cinzas de morcego sobre a vagina cortada, para torná-los maiores, tão grandes como “asas de morcego”.

No Japão, o Seppuku, ou suicídio ritual, também chamado de haraquiri, foi proibido formalmente em 1873, mas nunca deixou de ser praticado. Quando um homem tem a honra manchada ou falha no cumprimento de um dever, deve se matar, cortando a barriga com uma espada e deixando as vísceras à mostra. Uma vez realizado o ato, um amigo de confiança decepa a cabeça do agonizante. O haraquiri se popularizou no final da Segunda Guerra Mundial, quando, cientes da derrota iminente, pilotos japoneses simplesmente precipitavam seus caças em alvos inimigos.