O que acontece quando você morre?

Cada cultura desenvolveu crenças diferentes para explicar o que acontece quando alguém morre. O próprio ato do sepultamento já indica um sinal de respeito: um animal morto é lixo, um ser humano morto deve ser reverenciado. O embalsamento foi comum a diversos povos, como egípcios, chineses, maias e incas, que acreditavam no retorno à vida; deixavam alimentos, utensílios e flores junto ao cadáver, para que ele não passasse necessidades, era comum.

Os gregos acreditavam que a imensa maioria dos mortos ia para o Hades, que foi identificado posteriormente com o inferno. Mas o Hades não era um lugar apenas de sofrimento: os bons ficavam nos Campos Elíseos, enquanto os maus iam para o Tártaro. Para chegar lá, era preciso atravessar o rio Aqueronte e o barqueiro, Caronte, exigia pagamento. Por isto, os mortos eram enterrados com uma moeda sobre os olhos. Até hoje, esta tradição é mantida em várias partes do mundo.

Os judeus inicialmente acreditavam que a morte era um sono eterno, com bons sonhos ou pesadelos de acordo com as ações em vida. Posteriormente, desenvolveram crenças sobre ressurreição e reencarnação. Ao tempo de Jesus, os essênios acreditavam na reencarnação, os fariseus, na ressurreição e os saduceus continuavam acreditando no sono eterno.

As crenças acerca de céu e inferno são antigas. No século V a.C., os persas desenvolveram o dualismo entre o bem e o mal e o destino fatal para todos. O paraíso deveria ser algo inatingível para os homens, e por isto foi posto acima do firmamento (acreditava-se que o céu era uma abóbada sólida – firme –, que cobria a Terra). O inferno foi relegado às cavernas e furnas.

Os persas dominaram a Mesopotâmia quando os judeus estavam sob cativeiro dos babilônios. O dualismo influenciou a religião judaica, que o transmitiu aos cristãos e, séculos depois, aos muçulmanos. A crença no paraíso ou inferno é até hoje artigo de fé para a maioria das confissões cristãs.

O paraíso é um tedioso lugar de adoração a Deus. Os bem-aventurados passarão a eternidade entoando hosanas ao Criador. Os malditos receberão a danação eterna: as descrições do inferno são muito mais frequentes, com castigos intermináveis para quem não teve uma boa conduta em vida.

A outra possibilidade é a reencarnação. Culturas tão antigas como a egípcia já acreditavam que as almas migravam para outros corpos depois da morte. Chineses e indianos mantiveram esta crença, que só se popularizou no Ocidente a partir do século XVIII. Na Suécia, Emanuel Swedenborg teve os primeiros contatos com os “mortos”. O Espiritismo e a Teosofia reforçaram a tese da reencarnação.

No entanto, o intervalo entre duas vidas depende da forma como o período anterior foi aproveitado. Todas as doutrinas que se baseiam na reencarnação afirmam que existem castigos e recompensas, assim como estudos e vivências para o aprimoramento do espírito.

Estas são as alternativas sobre o que acontece quando você morre. É só escolher.

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