As ilhas mais perigosas do mundo

Ilhas são locais paradisíacos, que evocam as paisagens mostradas no filme “A Lagoa Azul”: praias, vegetação intocada, lagos e cachoeiras em que dois jovens encontram o amor e o sexo. Mas algumas delas, apesar de também serem cenários cinematográficos, devem ser visitadas com muito cuidado. São as ilhas mais perigosas do mundo.

Queimada Grande

A ilha da Queimada Grande, no litoral sul de São Paulo (a 18 milhas náuticas, ou 30km de Itanhaém), não tem praias, apenas costões rochosos. É um local de difícil desembarque e fundeio de embarcações. A ilha sedia um farol automático, que orienta os navios provenientes da Argentina e Uruguai.

Apesar de proibida, a pesca de garoupas e caranhas, inclusive com arpões (submarina), é comum na região. No mar de fora, é possível avistar peixes de maior porte.

O desembarque na ilha é desaconselhado pela Marinha e já foi legalmente proibido. O motivo é a grande população de cobras. A jararaca-ilhoa, espécie nativa que, segundo alguns especialistas, possui a peçonha mais potente entre as serpentes, pode ser vista em todos os pontos da ilha.

O atol de Bikini

Situado nas ilhas Marshall (EUA), este arquipélago formado por ilhotas que rodeiam uma lagoa, a região batizou o famoso traje de banho por ser “explosiva”. Mas a definição não é no bom sentido. O atol foi palco de testes nucleares entre 1946 e 1958: 23 bombas atômicas foram detonadas experimentalmente.

Em 1968, os EUA declararam as ilhas livres de radiação nuclear e começaram a trazer os habitantes de volta. Cerca de dez anos depois, no entanto, exames constataram níveis de estrôncio 90 (uma substância radioativa) muito acima dos limites de segurança e o atol voltou a ficar desabitado. Mesmo assim, muitos mergulhadores procuram a região: como não existe nenhuma atividade econômica, a vida marinha é muito abundante.

Gruinard

É uma ilha a cerca de um quilômetro da costa escocesa, e mais um exemplo da estupidez humana. Durante a Segunda Guerra Mundial, os britânicos fizeram testes com armas biológicas, especialmente o antrax. Milhares de carneiros foram mortos nos experimentos, abandonados quando a Convenção de Genebra baniu o uso de armamentos químicos e biológicos nos conflitos bélicos.

Em 1986, foram utilizadas 280 toneladas de formaldeído diluído em água marinha para descontaminar o solo. Em 1990, a ilha foi considerada segura pelo governo da Grã-Bretanha, mas apenas em 2007 deixaram de ser registrados casos de antrax neste rochedo gelado.

Ramree

A ilha fica no litoral de Myanmar, antiga Birmânia. Também na Segunda Guerra Mundial, foi palco de violentas batalhas entre americanos e japoneses, que dominavam todo o sudeste asiático. No final da guerra, pouco antes da detonação das bombas de Hiroshima e Nagasaki, outros conflitos ocorreram na região.

Os soldados japoneses levaram a pior e tiveram a má ideia de se esconderem nos pântanos. Apesar de a ilha ser habitada há 5.000 anos, milhares de crocodilos colonizam a região. 400 soldados nipônicos foram mortos e devorados pelos répteis, na tentativa de escapar do inimigo.

Saba

Saba é uma das ilhas descobertas por Cristóvão Colombo em sua aventura pela América no século XV. Atualmente, pertence à Holanda, tendo recebido há pouco tempo o status de município dos Países Baixos. Sol, mar, águas cristalinas, recifes e piscinas naturais são as características locais.

Apenas 1.500 pessoas moram na ilha, a maioria na capital, The Bottom, e muitos turistas visitam o local, que é equipado com um aeroporto (considerado um dos mais perigosos do mundo). É uma maravilha natural para mergulhadores, que podem identificar muitas espécies marinhas e até mergulhar com tubarões. Mas na temporada dos furacões, entre julho e novembro, a natureza não é nada benigna com Saba. Nos últimos anos, 22 tempestades atingiram a ilha, sete delas da categoria 5, com ventos de até 250km/h.

Miyakejima

Esta ilha japonesa, perto da costa de Tóquio, a capital do país, abriga o monte Oyama, um dos vulcões mais ativos do planeta nos últimos anos. Pouco mais de 2.000 pessoas vivem no local, numa vila criada após o fim da Segunda Guerra Mundial. Mas, em 2000, uma erupção obrigou toda a população a retirar-se, só retornando em 2005.

Mesmo assim, foi construído um templo budista próximo à principal cratera do vulcão. A escalada é difícil, mas, na metade do caminho, há um bondinho pra conduzir os fiéis. No entanto, talvez não seja uma boa ideia: o monte continua lançando gases sulfúricos, que “perfuma” o ar com cheiro de ovo podre, e pode explodir violentamente a qualquer momento.