As 07 estradas mais perigosas do mundo

Os romanos antigos começaram a construir estradas de rodagem no século IV a.C. Eles formaram uma rede de comunicações e transportes em toda a península Itálica. Depois do colapso do império, no ano 476, as estradas foram abandonadas e tomadas pelo mato. Algumas estradas atuais, no entanto, parecem estar em condições piores do que as milenares estradas romanas: elas são as mais perigosas do mundo.

Viajar por qualquer estrada sempre envolve riscos. O asfalto pode estar um “tapete”, mas sempre há o risco de assaltos ou de choques com motoristas mal preparados ou alcoolizados. As estradas que mostraremos aqui, no entanto, são o próprio risco.

Conheça as 07 estradas mais perigosas do mundo

Estrada de Arunachal Pradesh – No teto do mundo

Arunachal Pradesh é um Estado da Índia, situado no extremo nordeste do país, fazendo divisa com Myanmar e China, que disputa pela posse do território (parte da região esteve sob domínio tibetano, até que os chineses anexaram o país do Dalai Lama).

Arunachal Pradesh é provavelmente a mais linda e perigosa estrada do Himalaia.
Arunachal Pradesh é provavelmente a mais linda e perigosa estrada do Himalaia.

A região, cujo nome significa “terra das montanhas iluminadas pela alvorada”, fica sobre o Himalaia e é conhecida por turistas de aventura que se atrevem a desafiar a Estrada de Arunachal Pradesh, que liga cinco países: Índia, China, Butão, Nepal e Paquistão. Além das curvas que serpenteiam as montanhas do teto do mundo, os motoristas ainda precisam encarar o clima local.

Fairy Meadows Road – Perigo à vista

Esta estrada fica em um país vizinho da Índia, o Paquistão. Liga a Rodovia de Karakoram a Fairy Meadows, ponto de encontro de alpinistas de todo mundo. São pouco mais de 16 km de extensão, mas o caminho é feito sobre a nona montanha mais alta do mundo: Nanga Parbat, com 8.125 metros de altitude.

Fairy Meadows Road
A paisagem descortinada em um dos trechos mais estreitos da Fairy Meadows Road.

Em alguns trechos, o caminho só pode ser feito de bicicleta ou a pé, porque a estrada tem a largura reduzida a menos de dois metros. A maior parte da Fairy Meadows Road não é asfaltada e não existe nenhum anteparo entre o leito carroçável e o abismo.

Dalton Highway – AK-11

Não se trata de nome de um fuzil potente: é como a Rodovia James Dalton é mais conhecida no Alasca. Ela tem início na Rodovia Elliot, ao norte de Fairbanks e termina em Deadhorse, próximo ao litoral do mar Glacial Ártico e dos campos de petróleo de Prudhoe Bay.

Dalton Highway, a rodovia que termina no mar.
Dalton Highway, a rodovia que termina no mar.

A Dalton Highway, uma das mais isoladas dos EUA, é literalmente “uma fria”. São 666 km de baixa nebulosidade e muita neve (e pistas escorregadias) durante dez meses por ano. Mesmo assim, apresenta bom tráfego: nos meses mais quentes, 160 caminhões circulam por dia. Curiosamente, no inverno, o número aumenta para 250. A estrada termina literalmente no mar, em Prudhoe Bay, mas o acesso só é permitido a veículos da petrolífera.

Skippers Road – Um cânion para saltadores

O Skippers canyon, na Nova Zelândia, é um desfiladeiro de 22 km, localizado ao norte de Queenstown, uma cidade que reúne esportes náuticos e alpinismo: ela é banhada por um imenso lago cercado por dezenas de montanhas com gelo eternos nos picos.

A Skippers Bridge, uma ponte suspensa sobre as montanhas do Skippers canyon.
A Skippers Bridge, uma ponte suspensa sobre as montanhas do Skippers canyon.

A Skippers Road foi construída na metade do século XIX. Nos anos 1860, foi descoberto ouro na região, fato de provocou uma corrida de mineradores. O cenário é fascinante, mas as curvas assustam o melhor piloto do mundo. Alguns trechos da estradas ligam montanhas através de pontes.

O Hell’s Gate (portão do inferno), trecho da Skippers Road.
O Hell’s Gate (portão do inferno), trecho da Skippers Road.

Passo dello Stelvio – Nos Alpes orientais

O Passo dello Stelvio fica no norte da Itália, em uma região que faz fronteira com a Alemanha, a Suíça e a Áustria (é o pico dos três idiomas, em que se encontram o italiano, o alemão e o romanche). A estrada é famosa pelo número de curvas: são 60, no total. Foi construída entre 1820 e 1825 e é a estrada mais alta do norte italiano, situada a 2.757 metros acima do nível do mar. Apenas uma pequena barreira separa a pista do abismo.

Passo dello Stelvio
O Passo dello Stelvio, que recorta boa parte dos Alpes orientais.

A região é fria – neva desde o final do outono até o início da primavera. As curvas são fechadas e o tempo, congelante. O visual, porém, é impressionante. Apesar de atualmente fazer parte do território italiano, o Passo dello Stelvio foi construído pelos austríacos, que dominavam a região no século XIX.

De Hurghada a Luxor – Milenar e perigosa

A viagem pela estrada que liga Hurghada (próximo ao mar Vermelho) a Luxor – uma das principais cidades turísticas do Egito – dura apenas quatro horas, mas pode gerar fortes emoções. Existem planos que a rodovia seja um acesso para a Avenida das Esfinges, construída pelo faraó Amenófis III, que reinou sobre o império XIV a.C.

Esta estrada leva aos mistérios do Egito antigo, mas é melhor evitá-la.
Esta estrada leva aos mistérios do Egito antigo, mas é melhor evitá-la.

As “emoções” que acontecem por ali, no entanto, não são nada turísticas. Trata-se de uma das estradas mais perigosas do mundo, em função dos assaltos, acidentes e péssimas condições de rodagem. A sugestão, para quem quer conhecer os templos de Luxor é fazer o trecho entre o Cairo e o sítio arqueológico de avião.

Trollstigen – Primavera e verão

Trollstigen significa o “caminho dos trolls”, seres da mitologia escandinava, ora descritos como ogros gigantes, ora como pequenas criaturas sempre ocultas nas montanhas recortadas por fiordes da Noruega. A rodovia foi construída na Comuna de Rauma, distante 300 km da capital, Oslo.

Ponto turístico da Noruega, Trollstigen é marcada pelos declives bastante íngremes.
Ponto turístico da Noruega, Trollstigen é marcada pelos declives bastante íngremes.

A estrada, bastante estreita, impressiona pelas cachoeiras, paredões rochosos e mirantes, só alcançados por pistas cheias de curvas fechadas. No outono e inverno, o trânsito é interditado em Trollstigen, mas, mesmo nos meses mais quentes do ano, as chuvas podem impedir o passeio, reservado apenas a pessoas com muito sangue frio.