A síndrome do pânico ou transtorno do pânico é um conjunto de sintomas que provoca momentos de medo intenso. Os ataques são esporádicos e recorrentes. As causas estão relacionadas à ansiedade, frustrações, perdas ou estresse, mas há casos diagnosticados sem nenhuma causa aparente. O tratamento alia psicoterapia e medicamentos.
Os sintomas são desencadeados por fortes descargas de adrenalina, frente a situações potencialmente perigosas. Quando nos deparamos com um perigo, o cérebro é programado para irrigar principalmente o cérebro e o coração. Isto aumenta a frequência cardiorrespiratória e provoca a redução do gás carbônico no organismo.
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Apesar de este gás ser uma excreção metabólica, ele auxilia no equilíbrio do pH sanguíneo, determinando a afinidade da albumina com o cálcio circulante. A carência de cálcio (hipocalcemia) causa dores musculares, dormência nas extremidades, espasmos faciais.
A hipocalcemia também provoca vasoconstrição arterial, responsável pelas vertigens, visão turva e sensação de desmaio. Os espasmos musculares, caracterizados por serem sentidos da periferia para o centro do corpo, podem chegar à tetania, que dificulta a abertura dos olhos, dores no alto do tórax, sensação de aperto na garganta. Como a hiperventilação determinada pelas crises exige a respiração pela boca, sede, ressecamento bucal e falta de ar.
A síndrome do pânico se caracteriza pelas crises recorrentes e, no intervalo entre elas, o medo de sofrer mais um acesso. Isto pode atingir níveis severamente incapacitantes, impedindo o exercício profissional e a vivência interpessoal, mas o tratamento permite que o paciente realize suas atividades normalmente. O diagnóstico é feito por psiquiatras e psicólogos, para eliminar outras causas: fobias, estresse pós-traumático e uma série de enfermidades que provocam a carência de cálcio.
O paciente precisa aprender a controlar as crises. Um exercício simples alivia os sintomas físicos: inspira-se pelo nariz, até sentir que os pulmões estão completamente cheios, e expira-se lentamente pela boca. O exercício é repetido até que as dores e espasmos desapareçam.
Em alguns casos, psiquiatras recorrem ao uso de antidepressivos (apenas médicos podem prescrever medicações), para controlar os medos repentinos. O remédio funciona reduzindo os níveis de adrenalina e aumentando a liberação de serotonina, responsável pela sensação de bem-estar.
Paralelamente, a psicoterapia comportamental cognitiva auxilia o paciente a desenvolver meios de controle do pânico. Estes meios são subjetivos: variam de indivíduo para indivíduo. Com a aquisição destas capacidades, o paciente pode progressivamente liberar-se da medicação.
O grande problema são as recaídas. Em geral, o acompanhamento médico e psicoterápico apresenta resultados consistentes em pouco tempo (seis a oito semanas) e o paciente tende a abandonar o tratamento antes de aprender a controlar a ansiedade.
Os medicamentos oferecem sensação de bem-estar que o paciente não experimentava há muito tempo. No Brasil, é comum que, em recaídas, o portador da síndrome do pânico recorra à automedicação.
Quem sofre da síndrome do pânico, como de qualquer outra condição patológica, deve seguir as indicações médicas e continuar o tratamento até que os especialistas derem alta.