A meditação transcendental foi criada pelo indiano Maharishi Mahesh Yogi, que divulgou seu método, que chamava de dhyan vidya, num ciclo de palestras pela Índia. Antes disso, o guru passou dois anos recluso, num vale próximo à cordilheira do Himalaia. A partir de 1958, Mahesh passou a fazer viagens internacionais de divulgação.
O sucesso obtido pelas palestras sobre a meditação transcendental foi imediato. No início dos anos 1960, a técnica já era estudada e praticada da Europa e nos EUA. Em 1967, os Beatles travaram contato com Mahesh e a meditação transcendental, fato que influenciou profundamente a produção cultural da última fase do grupo e permitiu ampla divulgação para a técnica.
A prática da meditação transcendental é simples. Bastam dois momentos diários de 20 minutos cada. Senta-se de olhos fechados, roupas confortáveis, corpo relaxado e entoa-se mentalmente um mantra, som psicoativo que altera a consciência, o humor e a percepção.
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O mantra pode ser criado pelo próprio praticante ou, quando relacionado a determinadas religiões orientais, é indicado por um mestre. No entanto, o método pode ser adotado pelo mais entranhado cético, com resultados positivos.
A meditação transcendental proporciona um relaxamento mais profundo que o do sono, mas a mente permanece alerta: é a chamada vigilância tranquila.
Especialistas afirmam que certa dose de ceticismo, no início da prática, é benéfica: enquanto os entusiastas encontram benefícios inexistentes, os céticos lentamente os reconhecem, inclusive num processo de conhecimento corporal.
Estudos indicam que a técnica oferece um descanso maior que um período de oito horas de sono. O ritmo cardíaco e o consumo de oxigênio são reduzidos e a resistência da pele aumenta, sinais de que a pessoa está em relaxamento profundo.
Ao diminuir naturalmente a frequência cardiorrespiratória, sem provocar inconsciência, a meditação transcendental elimina tensões num nível mais profundo, que nem mesmo o sono comum pode atingir. Isto permite que o praticante tenha um conhecimento mais amplo do seu próprio corpo. Está comprovado que a meditação transcendental não é um estado hipnótico, já que a hipnose acelera o metabolismo.
Ainda não se sabe o motivo exato, mas a liberação das tensões parece estar associada a pensamentos que surgem de forma inesperada. A cada ponto relaxado, um pensamento cruza a mente e pode estar relacionado ao motivo que provocou a tensão ou ser totalmente aleatório.
Durante a meditação transcendental, é natural que ideias e lembranças sejam evocadas e não há nenhum problema nisto. O importante é não se fixar em nenhuma delas e retomar o mantra.
Uma técnica simples, acessível a todos, que não requer nenhum equipamento especial e pode ser associada às crenças de cada um: isto é a meditação transcendental.