Como se tornar um perito criminal

Para se tornar um perito criminal, é preciso possuir nível superior. A vantagem é que a formação pode ser em várias áreas: Química, Engenharia, Biologia, Física, Biomedicina, Farmácia são algumas das carreiras. A variedade das profissões é devida às especialidades demandadas pelas polícias civis dos Estados ou pela Polícia Federal.

O perito criminal é um servidor público e, como tal, é selecionado através de concursos públicos. Ele pode atuar em operações isoladas ou em grandes ações policiais em conjunto com outros órgãos da justiça, como o Ministério Público. Os candidatos aprovados precisam fazer um curso de investigação pericial, geralmente realizado nos institutos de criminalística ou academias de polícia estaduais.

É o profissional responsável por encontrar vestígios nas vítimas e também nos locais de crime, analisá-los e auxiliar na solução dos delitos. É preciso verificar e recolher todas as possíveis provas técnicas, como pegadas, rastros, pedaços de tecido, etc. e, em seguida, proceder a uma análise laboratorial minuciosa. O perito criminal é convocado para atender as mais diversas ocorrências, como acidentes de trânsito com vítimas, roubos, homicídios, e até verificar explosões ou acidentes de trabalho.

Nos casos de homicídio ou acidentes com mortes, o trabalho é realizado em conjunto com o médico legista. É preciso ser bastante detalhista para identificar a origem de lesões, recolher cartuchos deflagrados, colher algum possível material genético deixado sob as unhas da vítima (isto é muito comum quando o vitimado reage e tenta se defender, agredindo o criminoso).

De acordo com a legislação brasileira, o perito criminal possui autonomia de trabalho. Isto significa que, mesmo quando é convocado por uma autoridade policial ou judiciária, ele não fica subordinado a ela, definindo os melhores métodos e critérios de investigação, sempre seguindo os códigos de ética e de conduta profissionais.

A rapidez é fundamental nesta profissão. É preciso chegar rapidamente ao local, para impedir que a cena do crime não seja preservada. Em geral, policiais criminais, os primeiros a atender à chamada, impedem a presença de familiares e curiosos, mas não possuem treinamento específico para colher provas.

O DNA presente numa ponta de cigarro deixada no local e uma impressão digital colhida num revólver podem ser indicações exatas do criminoso. As provas técnicas são necessárias mesmo durante o processo de um réu confesso, ou seja, aquele que assumiu o crime, ou quando há testemunhas visuais que positivem a autoria do delito.

As principais características de um perito criminal são a curiosidade e certa dose de sangue frio, porque muitas vezes vai se deparar com quadros complexos e cenas fortes. Outras características são a capacidade de observação, raciocínio rápido, concentração, capacidade de ligar pontos aparentemente sem relação, imparcialidade, responsabilidade e visão realista.

A procura por peritos criminais tem aumentado bastante nos últimos anos, inclusive em função de alguns seriados de TV que abordam o tema. Infelizmente, alguns Estados não realizam concursos com a frequência desejada, o que resulta em poucos peritos para atender a demanda, que vem aumentando, graças ao avanço da criminalidade. Os concursos, cuja divulgação é feita através de jornais e sites especializados, têm apresentado um grande número de candidatos por vaga, o que pode implicar a necessidade de um curso específico para aumentar as chances de aprovação.

A profissão é dinâmica: todos os dias ocorrem novos crimes e frequentemente é necessário o desenvolvimento de novas técnicas para resolvê-los. Algumas unidades da federação realizam intercâmbio com outros países, como os EUA, em que as metodologias estão mais avançadas.

De acordo com o órgão contratante, o salário inicial fica entre R$ 1.500 e 2.500 mensais, acrescidos do adicional de periculosidade. Após dez anos de carreira, o salário pode atingir os R$ 7.000 mensais.