Soro da verdade existe?

Existir, existe, e também funciona, mas de um jeito um pouco diferente do que se imagina. O termo surgiu por volta do início do século 20, quando a revista American Journal of Police Science falou sobre a escopolamina. Essa substância, antes usada para diminuir as dores de parto deixava as mulheres tagarelas e desembaraçadas.

Foi o obstetra Robert House que percebeu o efeito dessas substâncias em mulheres que davam a luz. Em 1922 a droga foi usada em dois indivíduos, que se disseram inocentes em julgamento, e foram liberados.

O princípio dos soros da verdade é desbloquear as orientações éticas e morais do indivíduo, para que ele responda perguntas sem restrições. Ainda não foi produzido um composto que faça alguém falar verdades completas, mas atualmente os mais efetivos e utilizados são amital sódico, amobarbital sódico, pantotal sódico, LSD e até mesmo ectasy.

O soro da verdade não é completamente eficaz, já que os efeitos variam de pessoa para pessoa. Algumas não são muito afetadas, e conseguem continuar mentindo, mesmo com a administração das drogas. Em outros casos, a pessoa tem desejos e sonhos que fantasia muito, e acaba falando sobre eles como se fossem reais, já que o controle moral fica atordoado devido às substâncias.

Atualmente a ONU (Organização das Nações Unidas) não apoia o uso desses compostos, e a Anistia Internacional considera a utilização das substâncias em suspeitos de crimes, uma forma de tortura, mas até hoje o soro da verdade é pesquisado e procurado por cientistas, mesmo com efeitos colaterais severos e eficácia duvidosa.

Por dentro do cérebro

Normalmente os soros da verdade agem em áreas cerebrais e prejudica a produção de acetilcolina, um neurotransmissor. Com falha na assimilação de dados, os neurônios não conseguem se comunicar com as células adequadamente, fazendo com que o afetado não processe ou jugue as informações corretamente, e assim fica falante e despreocupado com o que diz. Entre os efeitos colaterais estão alterações no ritmo cardíaco, alucinações, convulsões, febre e até mesmo morte.

No Brasil

Houve uma época no Brasil, quando o país sofria a Ditadura, em que o soro da verdade – pentotal sódico – era utilizado em presidiários. O objetivo era fazer com que eles confessassem planos e lugares escondidos. A eficiência era pouca, e mesmo com os médicos por perto, os presos sentiam vários efeitos indesejáveis, como febre e alucinações.