Patrimônios culturais e naturais da humanidade

Em 1959, o governo egípcio decidiu construir a Represa de Assuã, para substituir uma antiga barragem construída pelos ingleses em 1902, que apresentava problemas estruturais. No entanto, o lago a ser formado pela nova hidrelétrica inundaria os sítios arqueológicos de Abu Simbel e Philae, importantes templos do antigo império do Egito. A Organização das Nações Unidas lançou uma campanha mundial contra a construção; como resultado, os templos foram desmontados pedra por pedra e remontados mais ao norte e tornaram-se o primeiro patrimônio cultural da humanidade.

A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), a partir de então, organizou o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, uma convenção para proteger os patrimônios culturais da humanidade. Posteriormente, patrimônios naturais também começaram a ser protegidos pela entidade internacional.

Em 1965, uma conferência realizada na Casa Branca (sede do governo federal dos EUA) encerrou-se pedindo uma convenção para preservar “as áreas cênicas e naturais magníficas e os sítios históricos do mundo, para o presente e futuro da humanidade”. Finalmente, em 1972, a conferência geral da Unesco, realizada em Estocolmo (Suécia), criou a Convenção sobre a Proteção do Patrimônio Cultural e Natural do Mundo. Assinam o tratado, atualmente, 183 países, inclusive o Brasil (com exceção do Timor Leste, todos os países de língua portuguesa ratificaram a convenção).

Alguns patrimônios da humanidade

Ásia e Oceania possuem 143 patrimônios culturais, 53 naturais e nove mistos. Entre eles, a Grande Muralha da China, a Barreira de Corais da Austrália, o Taj Mahal (Índia), a cidade de Persépolis (Irã), o Parque Nacional Sagamartha, onde fica o monte Everest (Nepal), o sítio arqueológico de Troia (Turquia) e as ruínas de Angkor (Camboja).

O Oriente Médio, especificamente, possui 64 patrimônios culturais, quatro naturais e dois mistos. Destacam-se as ruínas da cidade de Petra (Jordânia), uma das maravilhas do mundo moderno, as cidades antigas de Shibam, Sana e Zabid (Iêmen), Samarra (Iraque), São João do Acre, Megido e a rota do incenso (Israel), a cidade antiga de Jerusalém e seus muros (zona de litígio entre israelenses e palestinos).

A Europa abriga patrimônios em 49 países. Entre eles, o caminho de Santiago de Compostela (França e Espanha), as margens do rio Sena em Paris, a Acrópole de Atenas e os mosteiros de Meteora (Grécia), Veneza, monumentos paleocristãos de Ravena, o Coliseu e demais ruínas antigas de Roma (Itália), a região de Ohrid (Macedônia) e toda a Cidade do Vaticano.

Na América do Norte, a colônia viking fundada no Canadá, o Parque Nacional de Yosemite e a Estátua da Liberdade (EUA) e as ruínas e centros históricos de cidades pré-colombianas fundadas no México (Chichén Itzá, Campeche, Teotihuacan, Cidade do México, etc.) fazem parte do patrimônio mundial.

Na América do Sul, o Parque do Aconcágua (Argentina), Macchu Pichu e outras ruínas incas (inclusive Caral, a cidade mais antiga da América), as missões jesuíticas da Santíssima Trindade (Paraguai), a Cidade Universitária de Caracas (Venezuela) e o Parque Nacional Rapa Nui (Ilha de Páscoa, Chile) fazem parte da lista.

O patrimônio mundial no Brasil

Ouro Preto (MG), antiga Vila Rica, centro da extração de ouro e pedras preciosas no Brasil colônia, foi o primeiro sítio brasileiro a tornar-se patrimônio cultural da humanidade, em 1980. Em seguida, vieram o centro histórico de Olinda (PE), as missões jesuíticas de catequese no Rio Grande do Sul, o centro histórico de Salvador (BA), o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos (MG), com as famosas esculturas do Aleijadinho (Antônio da Silva Lisboa), o Parque Nacional do Iguaçu (PR), p plano piloto de Brasília (DF), o Parque Nacional da Serra da Capivara, repleto de pinturas rupestres, algumas das quais datam de 25 mil anos (PI), o centro histórico de São Luís (MA), única capital brasileira que não nasceu portuguesa, o centro histórico de Diamantina, as últimas reservas de mata Atlântica em São Paulo e Paraná e a reserva da Costa do Descobrimento (BA).

Completam a lista o Pantanal Mato-Grossense, o Parque Nacional do Jaú, as ilhas oceânicas de Fernando de Noronha e Atol das Rocas, os parques nacionais da Chapada dos Veadeiros e das Emas (GO), o centro histórico de Goiás Velho (GO) e a Praça de São Francisco, em São Cristóvão (SE).

O Rio de Janeiro foi tombado como patrimônio cultural da humanidade em 2012. Além da paisagem de morros, florestas e praias, a Unesco afirma que a forma como a população se integrou à topografia da cidade merece ser preservada por todos os tempos.