Os vulcões mais ativos do mundo

Vulcões ativos expelem grande quantidade de lava, fumaça e gases na atmosfera e são capazes de provocar alterações climáticas. A “tampa” dos vulcões, com a violência da erupção, é arremessada a quilômetros de distância, causando uma verdadeira chuva de rochas e poeira.

Entre os países mais afetados, destacam-se o Japão (com 66 vulcões ativos; o monte Fuji, um dos símbolos do país, é um vulcão em atividade), Chile (95), Indonésia (120) e EUA (130). Na Rússia, a ameaça está concentrada na península de Kamtchatka (Sibéria oriental). Filipinas e México são outros exemplos.

Cientistas afirmam que, em função da falta de investigação sobre muitos vulcões, é muito difícil precisar quantos estão ativos no mundo. Isto gera muitas listas incompletas e divergentes.

Os vulcões mais ativos

No Havaí (EUA), o Kilauea é um dos vulcões-escudo que formaram o arquipélago (os escudos são vulcões que, depois de uma erupção, formam paredões rochosos, ampliando o território com a constante emissão de lava). Kilauea, no dialeto local, significa “cuspir” ou “espalhar-se”.

O vulcão havaiano está em erupção contínua desde 1983 e, neste período, produziu 3,5 km3 de lava. A área do Havaí avançou 123,2 km2. O monte tem 1.250 metros de altitude, mas a lava expelida atinge 580 metros de altura acima do topo. O Kilauea tornou-se um ponto de turístico: os rios de lava que escorrem de suas encostas para o mar atraem 2,4 milhões de visitantes do mundo todo a cada ano.

Canais abertos pela lava do vulcão Kilauea.
Canais abertos pela lava do vulcão Kilauea.

O segundo vulcão mais ativo

Tungurahua é um monte com mais de cinco mil metros de altitude, localizado no centro andino do Equador. Ele está classificado com um dos vulcões mais ativos dos últimos tempos. Uma das principais características é a potência dos abalos provocados pelas erupções, que geram tremores intensos a quilômetros de distância.

O Tungurahua, visto de Riobamba.
O Tungurahua, visto de Riobamba.

O vulcão fica próximo a Riobamba, uma das cidades mais antigas do país, fundada ainda no século XVI pelos espanhóis. Até o século XVIII, a região era uma das mais prósperas da Real Audiência de Quito (com o nome de Vila do Vilar Dom Pardo). Em 1797, uma erupção do Tungurahua destruiu toda a região.

O vulcão vem expelindo fumaça e lava desde 1999, com alguns intervalos. Em fevereiro de 2014, as erupções do Tungurahua foram tão violentas que as nuvens de cinza atingiram até Quito, a 180 quilômetros de distância.

Vulcão na Nova Guiné

Rabaul é uma cidade da Papua-Nova Guiné, na Oceania, capital da Nova Bretanha Oriental. Foi fundada na caldeira do vulcão que leva o mesmo nome e sempre mostrou vocação turística, pelo contraste entre as suas praias e montanhas.

A caldeira do vulcão Rabaul vista do espaço.
A caldeira do vulcão Rabaul vista do espaço.

Em 1994, o vulcão Rabaul resolveu despertar. A erupção foi tão violenta que destruiu o aeroporto local e cobriu a cidade de cinzas (poucas edificações resistiram à lava e às rochas), obrigando a transferência da capital para Kokopo, a 20 quilômetros de distância (e fora dos limites da caldeira).

Ilha ou península?

Sakurajima é um estratovulcão e uma antiga ilha do arquipélago japonês. Atualmente, está ligada à ilha de Kyushu, uma das quatro grandes ilhas do país. o motivo: o fluxo de lava de uma erupção ocorrida em 1914, que transformou Sakurajima em uma península. O território foi ampliado em 77 km2.

Erupção do vulcão Sakurajima, em 1974.
Erupção do vulcão Sakurajima, em 1974.

Estratovulcões são vulcões em forma de cone, criados pelo magma extravasado. Apesar de ser o formato clássico dos vulcões no imaginário popular, eles nascem apenas como uma falha no solo, que cresce à medida que as erupções se acumulam.

A atividade vulcânica do Sakurajima tem se tornado mais intensa desde 1955; o vulcão tem entrado em erupção quase ininterruptamente desde então: são milhares de explosões a cada ano, que lançam fumaça a quilômetros de altura. Em 2009, uma erupção lançou detritos a dois quilômetros de distância.

Nordeste da Rússia

O Shiveluch é um vulcão ativo com 3.300 metros de altitude, situado na península de Kamtchatka. O monte ocupa uma área total de 3.200 metros quadrados. É formado por camadas de cinza e lava solidificadas e rochas vulcânicas.

O monte Shiveluch, fotografado em 2007 a partir da Estação Espacial Internacional.
O monte Shiveluch, fotografado em 2007 a partir da Estação Espacial Internacional.

O complexo é formado por três elementos: o estratovulcão, o velho Shiveluch e o jovem Shiveluch, 500 metros mais baixo do que o vulcão original, que entrou em erupção em 1999 e continua lançando fumaça e cinza de forma ininterrupta. Felizmente, a localidade mais próxima, Klyuchi (50 quilômetros de distância) é pequena o suficiente para ser rapidamente evacuada.

O maior nos EUA

O monte Santa Helena é um vulcão localizado no Estado de Washington, noroeste dos EUA, 160 quilômetros ao sul de Seattle. Depois de 175 anos de atividade, ocorreu uma erupção violenta: em agosto de 1980, lava, gases e rochas mataram ao menos 57 pessoas e feriram muitas outras.

Coluna de fumaça com um quilômetro de altura, expelida pelo Santa Helena em 1982.
Coluna de fumaça com um quilômetro de altura, expelida pelo Santa Helena em 1982.

Santa Helena despertou depois de um abalo sísmico que atingiu magnitude 5,1 na Escala Richter (considerado moderado, com a possibilidade de danos em edifícios mal dimensionados). A erupção ocorreu a partir da face norte do monte e provocou danos ambientais em uma área de 550 km2.

Testemunhas a 1.500 quilômetros de distância relataram ter sofrido problemas respiratórios, provocados pelas cinzas lançadas intensamente. O impacto foi tão forte que o monte sofreu uma redução de 400 metros, passando para 2.550 metros de altitude.

Quebrando o gelo

Popocatepetl é um vulcão ativo localizado na divisa entre os estados mexicanos de Puebla e Morelos, na região centro-sul do país, a 70 quilômetros da capital. com 5.500 metros de altitude, é o segundo monte mais alto do México, atrás apenas no pico de Orizaba.

O vulcão expele fumaça e cinzas regularmente. Em 1994, a intensificação da atividade provocou a evacuação da população circunvizinha. Desde a chegada dos espanhóis ao México, em 1519, foram registradas 15 grandes erupções.

O vulcão Popocatepetl, visto do município de Amecameca.
O vulcão Popocatepetl, visto do município de Amecameca.

A partir dos anos 1990, os glaciares do monte Popocatepetl começaram a decrescer e atualmente não são mais visíveis a partir da Cidade do México. Um dos motivos são as mudanças climáticas que estão ocorrendo na região.

No entanto, Vulcanólogos advertem que este é um sinal de aumento da atividade vulcânica. Em 2001, os glaciares haviam praticamente desaparecido. O gelo ainda se mantém no monte Popocatepetl, mas algumas características dos glaciares, como as crevasses (fendas que podem atingir até 50 metros de profundidade), já não podem ser identificadas.

Filho de vulcão

Em agosto de 1863, a ilha de Krakatoa, situada no estreito de Sunda, entre Java e Sumatra (Indonésia) simplesmente desapareceu no oceano, quando o vulcão homônimo entrou em erupção, a segunda mais violenta já registrada até hoje.

Na época, o vulcão era considerado extinto. A intensa explosão, porém, durou 22 horas e causou a morte de ao menos 36 mil pessoas. A erupção lançou rochas a 27 km de altura e o estrondo pôde ser ouvido na Índia, Austrália e Filipinas. O ruído da última explosão chegou até a ilha de Rodrigues (Ilhas Maurício), a cinco mil quilômetros de distância. As ondas nas ilhas vizinhas atingiram 40 metros de altura (provavelmente, as piores tsunamis da história). Poeira e cinzas circundaram o planeta.

Do território original, restou pouco menos de um terço. Foi o suficiente, porém, para a geração do “filho” de Krakatoa: Anak Krakatau. Apesar de relativamente novo, o vulcão apresenta intensa atividade vulcânica, com riscos potenciais para territórios do Pacífico e do Índico. O monte já se eleva a 800 metros acima do nível do mar.

Atividade vulcânica do Anak Krakatau, registrada em 2008.
Atividade vulcânica do Anak Krakatau, registrada em 2008.

Anak Krakatau é a unificação dos três montes que formavam a ilha destruída, fato que gerou uma caldeira que se estende por 50 quilômetros subterrâneos: um imenso depósito de lava. O monte está classificado em “alerta nível 2”.

Vulcanólogos acreditam que, quando o monte atingir a altura do Krakatoa original, poderá provocar um cataclisma de dimensões intercontinentais, com graves prejuízos para o clima e a biodiversidade da Terra. Anak Krakatau está crescendo cinco metros a cada ano.

No Mediterrâneo

Situado na Sicília (Itália), entre as províncias de Messina e Catânia, o Etna é o vulcão mais ativo da Europa e um dos mais altos do mundo, com aproximadamente 3.300 metros de altitude (quase três vezes o tamanho do Vesúvio; a altura varia em função das frequentes erupções). A base do vulcão ocupa uma área de 1.190 km2.

O vulcão Etna, na Sicília. Em primeiro plano, a Província da Catânia.
O vulcão Etna, na Sicília. Em primeiro plano, a Província da Catânia.

Apesar da atividade vulcânica constante, historicamente, o Etna nunca trouxe grandes prejuízos para a população local (a região é densamente povoada). O solo vulcânico favorece a atividade agrícola e toda a região (inclusive as encostas do monte) é ocupada por vinhedos.

No entanto, nos últimos 35 mil anos, o Etna provocou algumas calamidades no sul da Itália. Em algumas ocasiões, as cinzas atingiram locais distantes como Roma, capital do país, 800 quilômetros ao norte da Sicília. A última grande erupção ocorreu em 2014. O vulcão é considerado patrimônio mundial pela UNESCO.

Vulcões no Brasil

O vulcanismo ocorre principalmente na junção das placas tectônicas (porções da crosta terrestre limitadas por zonas de convergência ou divergência). O movimento destas placas provoca intensa atividade geológica, que pode provocar terremotos e erupções em seus limites.

Atualmente, o Brasil está situado no centro da placa sul-americana, uma região estável e, por isto, pouco sujeita a abalos sísmicos. além disto, o relevo brasileiro foi formado em períodos geológicos muito antigos, fato que determina uma acomodação das camadas de solo e subsolo.

O país teve vulcões em um passado distante, mas todos eles estão extintos e não são alimentados por canais de magma. Portanto, não podem causar os danos verificados em outras áreas do mundo. As últimas erupções no Brasil ocorreram no início da Era Cenozoica (65 milhões de anos atrás) e deram origem às ilhas oceânicas, como Fernando de Noronha, Trindade e Martim Vaz.