Os novos domínios da internet

A Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN), órgão internacional responsável pelos domínios da internet, aprovou o uso de novas extensões de domínios. A partir de agora, será possível utilizar não apenas os já conhecidos .com, .net, .org, etc., mas extensões personalizadas para empresas, marcas e até produtos e promoções.

São os chamados Top Level Domains (TLD). Hoje, ao todo, apenas 23 extensões são permitidas, algumas específicas, como .gov (para órgãos do governo) e .edu (para centros universitários e universidades). Empresas e organizações poderão utilizar .carro ou .banco em seus sites. Assim, um corretor de imóveis poderá ter seu assim seu endereço eletrônico: fulanodetal@imobiliaria.imoveis.br.

O plano de expansão das extensões foi anunciado pela primeira em 2008, no 32º encontro da ICANN em Paris (França). A aprovação ocorreu em Cingapura, n0 41º encontro.

De acordo com a corporação, a mudança marca o início de uma nova era para a rede mundial de computadores. Os novos endereços eletrônicos serão personalizados e, como as empresas deverão atender a determinados requisitos para obter o novo domínio, a navegação virtual se tornará mais segura.

Em sites de busca, a pesquisa através das extensões ficará mais rápida, apresentando resultados objetivos: pesquisando .banco, por exemplo, surgirão apenas instituições bancárias, enquanto hoje os resultados da pesquisa “banco” relaciona móveis, notícias sobre bancos na imprensa, etc. Por fim, poderá surgir a extensão .xxx, para sites eróticos, o tema mais acessado na internet no mundo todo.

A cada nova extensão criada, a empresa ou pessoa se torna responsável pelo sufixo, definindo regras para o uso. Desta forma, se um brasileiro tiver aprovado o uso da extensão.livro.br., terá que definir os critérios mínimos para a concessão desta permissão e poderá explorar comercialmente o sufixo, recebendo parte dos direitos.

As inscrições para sites com extensão .ong (ou .ngo, para sites em inglês), destinada a organizações não governamentais, já estão abertas e os novos sites devem estar disponíveis em 2014. A organização que recebe as manifestações de interesse é a Public Interest Registry através do site www.ngotld.com, mas organizações brasileiras precisam cumprir as determinações da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), responsável pelo registro de domínios no país, e do Núcleo de Informação e Coordenação do ponto BR (nic.br), comitê gestor da internet do Brasil. A obtenção do domínio .ong é especialmente importante para quem quer captar recursos através da rede mundial.

A ICANN prevê que serão criados inicialmente entre 300 e 1.000 domínios. Mas a opção é cara: o investimento no domínio personalizado é de US$ 185 mil (R$ 370 mil), com uma taxa anual de renovação de cerca de US$ 25 mil (R$ 50 mil). Num primeiro momento, a novidade deve ser adotada por grandes corporações e instituições públicas que investem muito em comunicação. Especialistas brasileiros, no entanto, acreditam que o serviço não sairá por menos de R$ 500 mil anuais.

A imensa maioria das 150 empresas que já manifestaram interesse pelas novas extensões (92%) está optando por utilizar .suamarca (por exemplo, empresas brasileiras querem criar as extensões .natura, .bradesco, .itau, .uol, ipiranga, .globo e .vivo). Pouco mais de 10% das corporações querem também adotar extensões genéricas, como .magazine ou .editora. Algumas empresas escolhem personalizar sites para produtos específicos, como www.gol.volkswagen.br.