O misterioso cabelo de anjo

Aparentemente, trata-se de um fenômeno natural. O misterioso cabelo de anjo tem a aparência dos filamentos de uma teia de aranha, é semitransparente e fica preso a plantas e pedras. No entanto, observadores afirmam terem visto estas coisas descendo do céu. Para tornar o assunto ainda mais intrigante, depois da queda, os tais fios evaporam instantaneamente quando são tocados. Mesmo um vento mais forte provoca o desaparecimento.

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Os relatos são sempre acompanhados de outros. Na mesma região em que surge o cabelo de anjo, muitos moradores afirmam ter avistado OVNIs (sigla de objetos voadores não identificados), sempre identificados com naves interplanetárias. Não seria, portanto um atributo de seres angelicais (os anjos), mas de alienígenas. De acordo com a tradição judaico-cristã, aliás, anjos sempre mantêm seus cabelos (e asas) inalterados pela eternidade.

O termo “cabelo de anjo” foi cunhado por ufólogos americanos (angel hair), para designar o fenômeno. Os italianos o chamam de “algodão de silício” e os franceses, por terem identificado no fenômeno uma manifestação da Virgem Maria, de “graça da Madona” ou de “Maria está presente”.

O cabelo de anjo – ou fenômenos análogos a ele – já foram avistados nos EUA, México (o país com maior número de relatos a respeito de OVNIs), Guatemala, Portugal, Espanha, Inglaterra (onde foi equiparado ao ectoplasma desprendido por médiuns em sessões espíritas), França, Itália, Austrália e Nova Zelândia. Trata-se, portanto, de um fenômeno mundial.

A primeira vez

Existem relatos japoneses do século XV sobre o encontro de um material semelhante ao algodão caído do céu horas depois de terem sido avistadas luzes brilhantes e desconhecidas pela população. Pouco mais de cem anos depois, ocorreu um terremoto no mesmo país, na região de Kyoto. Ao procurar sobreviventes, foram encontrados vários fios de cabelo branco no local afetado.

Na atualidade, em 1952, depois da passagem de mais de 30 objetos esféricos pelo céu, a população de Oloron (França) foi surpreendida com uma chuva de fios translúcidos, que caíram sobre árvores, postes e telhados. Dois dias depois, moradores de Gaillac (também na França) observaram o mesmo fenômeno, que foi atribuído a uma experiência religiosa: uma bênção de Nossa Senhora ou mesmo uma repetição do episódio do maná, constante do Livro do Êxodo (Antigo Testamento).

A primeira associação do cabelo de anjo com os discos voadores data de 1954. Dois homens estavam hospedados em um hotel junto à Praça de São Marcos, em Veneza (Itália). Observando a praça da janela do quarto, eles subitamente viram dois cones brilhantes cruzando o céu em alta velocidade. Os objetos, no entanto, não caíram na praça: a pouca distância da superfície, os artefatos alienígena descreveram uma curva fechada e tomaram a direção de Florença.

No mesmo dia, poucas horas mais tarde, houve relatos de aparição de discos voadores. O fato foi relatado por milhares de torcedores que lotavam um estádio de futebol florentino. As testemunhas viram algo semelhante a teias de aranha viajando caindo sobre a arena, enquanto os OVNIs desapareciam no horizonte.

Para que servem?

Uma vez que eles desaparecem sem deixar vestígio quando tocados ou atingidos por uma brisa, afirmação corroborada por avistadores de todo o planeta, qual seria a função destes misteriosos e aparentemente frágeis filamentos? Qual a razão de alienígenas viajarem milhões de quilômetros para trazer à Terra algo tão inútil?

Uma das principais teorias que tentam explicar o mistério do cabelo de anjo é a seguinte: os fios seriam realmente semelhantes às teias de aranha – ou melhor, aos fios de algumas lagartas, que formam um casulo protetor durante a passagem para a vida adulta (como as borboletas e bichos-da-seda).

Muitos ufólogos acreditam que eles formem uma espécie de tubo protetor para que os ETs possam trazer determinadas criaturas ao nosso planeta. O material seria leve o suficiente para impedir quaisquer lesões aos visitantes (ou invasores) e também para transportá-los com suavidade até a superfície.

O “desaparecimento” seria explicado pela rapidez com que os seres, depois desse desvencilhar do casulo, se deslocariam. A velocidade seria tão alta que impediria a observação pelos olhos humanos sem o auxílio de instrumentos ópticos.

Giovanni Canneri, diretor do Instituto de Análises Clínicas da Universidade de Florença (Itália), no entanto, descarta esta hipótese.

Ele e sua equipe conseguiram analisar o cabelo de anjo, recolhido por um de seus alunos (é um dos poucos relatos formais de coleta desta estranha substância).

Os exames laboratoriais revelaram que o cabelo de anjo é um material sintético fibroso extremamente resistente a torções e tensões.

Submetido ao calor, ele se torna mais escuro e desaparece. Sendo sintético, é algo produzido por humanos (moradores de alguma dimensão do universo).

A ideia da existência de seres extraterrestres, como aranhas aladas gigantes ou fungos e bactérias nocivos à saúde humana e dos animais da Terra, a partir dos resultados obtidos com estes estudos, portanto, está descartada (ao menos isto!).

Ainda de acordo com as análises realizadas em Florença, o sedimento encontrado após o “sumiço” contém sódio, hidrogênio, oxigênio, boro, magnésio e silício em ligações nunca encontradas em nosso planeta (por isto, a denominação “algodão de silício”).

Resultados semelhantes foram obtidos por especialistas russos ainda na era da União Soviética. Alexandr Lyupanov e Igor Sokolov acrescentaram que não há qualquer substância semelhante ao cabelo de anjo já analisada por pesquisadores da Terra. Os soviéticos propuseram também que o material é atraído por descargas eletrostáticas.

Um pesquisador americano, Charles Maney, propôs a hipótese segundo a qual o cabelo de anjo seria energia excedente dos discos voadores, rapidamente condensada, retornando rapidamente ao seu estado anterior ao sofrer um atrito mais forte. Para ele, com esta ação, o material volta para sua dimensão ou para outro ponto do tempo-espaço.

O parco material relacionado ao fenômeno, porém, pode ter sido contaminado por substâncias muito terrestres, como os gases do escapamento dos carros. Apesar das muitas teorias, o cabelo de anjo continua sendo um fato raro e, até o momento, sem explicações científicas consistentes.