Estrias da gravidez: como evitar e tratar?

Com a gravidez, surgem sonhos, o enxoval feito pouco a pouco, o quarto do bebê cheio de brinquedos e cores. Surgem também grandes vilões da beleza feminina: as estrias. Elas são temidas por todas as mães (90% delas terão as marcas) e instalam-se principalmente no abdômen, no quadril e na região dos seios. Mas nem tudo está perdido: é possível evitar e tratar a maioria destes problemas: para isto, é preciso adotar alguns cuidados antes, durante e depois da gestação.

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As estrias são causadas pelo rompimento de fibras elásticas. No caso das estrias de gravidez, o rápido crescimento da barriga é o responsável. Algumas mudanças hormonais e a predisposição genética também favorecem o desenvolvimento das marcas. Portanto, mulheres que têm mães e avós com estrias precisarão de atenção extra para que as estrias sejam amenizadas. Mas as grávidas com esta propensão não conseguirão evitar totalmente o surgimento das estrias: apenas poderão reduzi-las.

O aumento do peso

Antes da gravidez, o ideal é que a mulher não seja obesa ou tenha sobrepeso. Do contrário, quanto mais quilos acima do indicado para a altura, menos deve ser o ganho de peso durante a gravidez. O cálculo é feito pelo ginecologista, com base no Índice de Massa Corporal (IMC) da paciente. No caso de o IMC inicial estar acima de 30 kg/m2, a gestante deve aumentar de 5 kg a 9 kg.

Os quilinhos ganhos nos nove meses de espera são uma realidade. Um bebê, ao nascer, pesa em média 3,3 kg. A placenta, 700 g a mais.

Os seios, 400 g. O útero, que naturalmente é um órgão pequeno, pode aumentar até 1 kg. O volume de sangue aumenta mais 1,2 kg. O líquido amniótico, 2 kg. A futura mamãe pode acumular até dois litros a mais de água no organismo e também faz um estoque de gordura de 4 kg, para a energia necessária na fase de amamentação.

Conclusão: em nove meses, a gestante tem 12 kg a mais do que o seu peso normal. São dados estatísticos e, portanto, pode haver alterações de mulher para mulher. A rapidez do aumento é a responsável pelo surgimento das estrias. As mulheres mais gordinhas correm ainda os riscos de diabetes gestacional e hipertensão arterial, um dos fatores de pré-eclâmpsia.

Dieta e exercícios

No entanto, é preciso muito cuidado com a dieta: grávidas não devem fazer regimes de emagrecimento, a não ser sob rigoroso controle médico. A saúde do bebê pode ser prejudicada com isto, havendo inclusive o risco de aborto espontâneo. Um nutricionista pode prescrever uma dieta balanceada, que garanta todos os nutrientes necessários.

Além disto, alimentação saudável também reduz ou minimiza as estrias. É preciso comer bem, várias vezes ao dia (para evitar a fome e as porções “king size”), mas o ditado “tem de comer por dois” não é válido. Não existe um adulto no útero materno, que exija duas mil calorias diárias: este valor nutricional garante as necessidades da mãe e do bebê; talvez, no terço final da gravidez, haja necessidade de aumentar um pouco a quantidade de alimentos.

Se não houver contraindicação médica, os exercícios físicos ajudam a controlar o peso, aumentam a sensação de bem-estar e fortalecem os músculos da região pélvica (predispondo para um parto tranquilo). Uma caminhada de 15 a 30 minutos pela manhã e treinamentos específicos para a gravidez ajudam a evitar estrias. O sexo também melhora a qualidade de vida e queima algumas calorias: na posição mais adequada para o casal, pode ser praticado durante os nove meses.

Os cuidados com a pele

A hidratação é absolutamente necessária para a saúde da pele e de todo o corpo. É preciso ingerir ao menos dois litros diários de líquidos. Refrigerantes devem ser evitados, para amenizar os problemas com gases; bebidas alcoólicas estão fora de questão. O café precisa ser reduzido, porque tem propriedades diuréticas; em excesso, prejudica a grávida e o bebê em desenvolvimento.

Ao sair para um banho de Sol, especialmente com a barriga a mostra, é preciso usar chapéu, óculos escuros e protetor solar, reaplicado a cada duas horas (em casa, pode ser aplicado duas vezes ao dia). A luz solar deve ser evitada entre 10h e 16h, horário de maior incidência dos raios ultravioleta. O Sol ativa a produção de vitamina D, necessária para ossos e dentes.

Para a barriga e os seios, o ideal para evitar estrias é usar cremes à base de ureia (concentração máxima de 3%), lactato de amônia, elastina, vitamina E (cicatrizante e antioxidante) e óleos vegetais, como os de amêndoas ou de sementes de uva, aplicados duas vezes ao dia (uma delas, após o banho). Estes cuidados, aliás, podem ser tomados desde a adolescência. A escolha dos produtos deve ser tomada em conjunto com o ginecologista ou dermatologista, mesmo que a grávida já estivesse acostumada a um hidratante específico.

Nestes tratamentos estéticos, a região dos mamilos deve ser evitada, porque o uso de hidratantes pode afinar a pele, acarretando problemas durante a amamentação. Rachaduras nesta etapa podem ser bastante dolorosas. Tratamentos mais incisivos, como o uso do laser e aplicação de ácidos (que têm como objetivo estimular a produção de colágeno), devem ser deixados para depois do desmame. Estas técnicas reduzem as estrias em até 70%.

Cuidados com as roupas

Calcinhas apertadas, que fiquem com o elástico abaixo da barriga protuberante, são desaconselhadas. É preciso escolher entre os modelos maiores e mais confortáveis. Os sutiãs devem garantir boa sustentação para os seios, que aumentarão gradualmente em volume e peso. Se os seios forem muito grandes, eles podem ser usados também durante a noite.

Blusas e vestidos também devem ser folgados. As roupas de malha de algodão são boas aliadas, porque elas esticam sem esgarçar e podem ser usado por praticamente toda a gravidez. Convém lembrar que a largura do quadril também aumenta e, por isto, boa parte do guarda-roupa vai ter de ficar em licença por alguns meses. As calças devem ter elástico ou cordão na cintura, ou podem ser comprados modelos ajustáveis. Tudo isto deixa a mulher mais confortável e evita a pressão que pode piorar o aspecto das estrias.

Lembre-se: o ganho excessivo de peso durante a gravidez não traz apenas problemas estéticos, como as estrias. Ele pode prejudicar a saúde da mãe e do bebê. Além disto, retomar o manequim usado antes de engravidar se torna uma tarefa bem mais difícil.