Ensino presencial ou a distância, qual escolher?

O mercado de trabalho está cada vez mais concorrido e, para obter o destaque necessário, e preciso qualificar-se permanentemente. Não importa a carreira, é preciso procurar novas informações e técnicas, no ensino presencial, semi-presencial ou a distância.

De acordo com a legislação brasileira, apenas os cursos livres – informática, idiomas, artes e artesanato, estética, informação profissional, etc. – podem ser realizados totalmente a distância, além das muitas escolas presenciais que mantêm turmas regulares. São cursos dispensados do acompanhamento e supervisão do Ministério da Educação (MEC), que podem aplicar online inclusive as avaliações.

A principal vantagem dos cursos online é que a maioria deles é ministrada com vídeos previamente gravados, permitindo o início imediato e nos horários mais adequados para os alunos. É importante verificar se a escola oferece tutoria, plantão tira-dúvidas, apostilas e certificado de conclusão. Uma vez que estes cursos não são submetidos a nenhuma avaliação oficial, vale procurar reclamações em sites de defesa do consumidor e procurar depoimentos de ex-alunos.

Com relação aos cursos regulares – da educação básica à pós-graduação – eles só são oferecidos nas modalidades presencial ou semi-presencial. Até os 16 anos, crianças e adolescentes só podem realizar cursos livres a distância: os níveis fundamental e médio de ensino devem ser cursados numa escola física.

Adolescentes e adultos que não foram escolarizados na idade adequada podem, a partir dos 16 anos, inscrever-se na Educação de Jovens e Adultos (EJA) para o ensino fundamental e dos 19 anos, para o ensino médio.

Para a alfabetização e os dois ciclos do ensino fundamental, é possível matricular-se em turmas mantidas pela EJA em escolas públicas e as filiadas ao sistema “S” (SESC, SEST e SENAT), além de turmas organizadas por instituições religiosas e empresas.

Para toda a educação básica, as turmas de jovens e adultos da EJA oferecem carga horária diferenciada, para não interferir nas atividades profissionais dos alunos. Algumas escolas apenas fornecem o material de estudos e o apoio de professores orientadores, sem necessidade de frequência.

Para a conclusão do ensino fundamental, nem é preciso inscrever-se para a avaliação final: basta ir à “sala de provas” da escola em que está matriculado e requerer o caderno do ENCCEJA (Exame Nacional para Certificação de Jovens e Adultos).

Já para a obtenção da conclusão do ensino médio, é preciso inscrever-se no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), que, a partir de 2013, será aplicado duas vezes a cada ano.

Cursos técnicos e universitários

A principal dúvida, no entanto, para escolher entre o ensino presencial ou a distância, está no momento da opção da carreira profissional ou acadêmica. O ensino presencial é ideal especialmente para os jovens, que se beneficiam da vivência universitária, no contato direto com professores e colegas. Muitos estudantes necessitam do apoio dos docentes para manter atenção e foco nos estudos, nas discussões e seminários e, apesar de os cursos a distância (semi-presenciais) também oferecerem momentos de relacionamento, nas atividades práticas, provas e eventos, isto ocorre apenas uma ou duas vezes por semana.

No entanto, existe outra questão a ser resolvida antes de se decidir: algumas cidades brasileiras não possuem faculdades, sendo necessário o deslocamento diário (ou mesmo a transferência) para centros maiores. Por outro lado, o problema, nos municípios médios e grandes, são as distâncias – muitas vezes, os congestionamentos impedem a frequência regular, o prejudica o rendimento escolar.

Nestes casos, a opção pelo curso a distância pode garantir uma formação adequada. Diversas instituições públicas e privadas de nível técnico e superior mantêm polos de apoio presencial em diversas localidades próximas à sua sede, aproximando a escola ou faculdade de comunidades menores. Só é preciso ter acesso à internet, em casa, numa lan house ou num telecentro.

A ideia é relativamente antiga. Em 1969, foi fundada a Universidade Aberta de Londres (Inglaterra), a primeira universidade virtual do mundo. Aqui, a ideia foi implantada em 2005, com a criação da Universidade Aberta do Brasil, cuja meta inicial era capacitar professores leigos (sem formação universitária) espalhados principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Atualmente, estão implantados mais de 650 polos de apoio e o número de cursos foi ampliado para outras áreas do conhecimento.

Muitas universidades adaptaram o modelo proposto pelo governo federal e multiplicaram as vagas oferecidas, inclusive para especializações e pós-graduações. Comparações entre as notas do ENEM e do ENADE (Exame Nacional do Desempenho de Estudantes, aplicado em calouros e concluintes de diversos cursos universitários) revelam os alunos de cursos a distância apresentam ligeira vantagem no rendimento escolar.

Seja qual for a opção – presencial, semi-presencial ou a distância –, o importante é avaliar a instituição antes da matrícula ou inscrição no processo seletivo. É preciso verificar a qualidade das salas de aula, laboratórios, bibliotecas, espaços de vivência, qualificação dos professores e a reputação da instituição. De nada adianta passar anos numa escola ou faculdade que, via de regra, tem seus estudantes preteridos nos processos de seleção das melhores empresas do mercado.