Como tratar calos

Em geral, calos não são prejudiciais, mas podem ser a porta de entrada para algumas infecções. Como o atrito repetido é a causa mais comum, eles quase sempre surgem nas mãos e pés: um violonista, por exemplo, desenvolve calos nos dedos, em função dos longos ensaios, em que o contato com as cordas do instrumento provocam o endurecimento da pele, que se torna espessa.

Nestes casos, no entanto, os calos são bem vindos, porque ajudam a aliviar a tensão e a dor nas mãos. O mesmo não ocorre quando se usa um sapato inadequado por muito tempo. A pele vai se engrossando progressivamente e, sem tratamento adequado, provoca desconforto e mesmo problemas na pisada.

Existem três tipos de calos: tilomas (duros e indolores), helomas (moles, dolorosos e resistentes) e hiperqueratoses (com forte engrossamento da pele e muito incômodos). A causa de todos eles é a insuficiência da circulação sanguínea no local. Os calos surgem como uma forma de proteção: o organismo identifica uma agressão e reage a ela. Sem o espessamento, a pele se romperia e provocaria problemas mais graves.

Como diz o ditado, “prevenir é melhor do que remediar”. Portanto, nada de usar aquele sapato que confere uma bela aparência, mas que aperta os pés, especialmente no calcanhar e nas extremidades. A massagem diária de pés e mãos, com a aplicação de um hidratante a base de ureia (responsável pela regulação da água no organismo e também um ótimo cicatrizante) ajuda a afinar a pele. Aplique o produto após o banho, envolva com plástico e deixe agir por 20 minutos, tempo necessário para a absorção. Óleos de camomila e mamona também são excelentes hidratantes e podem ser usados diariamente. A esfoliação dos pés, mãos e articulações duas vezes por dia também impede a formação de calos.

Calçados confortáveis e o uso de palmilhas para corrigir o passo também previnem contra calos e calosidades. Um podólogo pode indicar o produto mais adequado para cada situação. Quem gosta de usar tênis deve procurar os mais indicados para cada atividade: correr, caminhar, pedalar, praticar esportes coletivos, etc. Os bicos finos e os saltos altos são grandes aliados dos problemas dos pés.

As mãos também precisam ser protegidas. O uso de luvas na hora de fazer tarefas mais pesadas ou repetitivas (como cuidar do jardim ou pintar paredes) e na musculação é bem vindo. O mesmo se pode dizer para pessoas que passam longos períodos ao volante ou andando de bicicleta.

Caso os calos já tenham surgido, eles podem ser eliminados com o uso de pedra pomes durante o banho. É uma tarefa gradual: tentar retirar toda a área espessa de uma vez só vai provocar mais agressões à pele. Lixar ou cortar calos é uma atitude totalmente contraindicada. As camadas epiteliais mais profundas ficarão expostas, causando mais dores e também a proliferação de fungos e bactérias.

A cebola é rica em componentes sulfúricos e flavonoides, que atuam como anti-inflamatórios, e vitamina C, que facilita a cicatrização. Aplique uma rodela de cebola sobre o calo, envolva a região com gaze e deixe agir por alguns minutos, sem pressionar. Pequenos calos se desprendem com facilidade.

O alho tem ação bactericida e fortalece o sistema imunológico. Esmague um dente de alho e misture-o com uma colher de azeite levemente aquecido (abaixo de 180°C, para não degradar o óleo), aplique sobre o calo e proteja a região. A pele vai se afinar progressivamente.

Compressas de gelo aliviam o desconforto e reduzem o inchaço provocado pelos calos. É preciso aguentar o friozinho local por alguns minutos e repetir a operação sempre que possível, até o desaparecimento da irritação.

Nas farmácias, existem pomadas e esparadrapos com ácido acetilsalicílico. O calo é formado por queratina, a mesma substância que constrói cabelos, pelos e unhas. O AAS dissolve a queratina rapidamente.

Os calos podem ser resistentes. Se os tratamentos caseiros não funcionarem, é preciso procurar um dermatologista e seguir o tratamento indicado.