Como tratar uma afta

Úlcera oral, estomatite aftoide ou simplesmente afta. Geralmente, são afecções causadas por problemas digestivos, que desaparecem em poucos dias, sem necessidade de cuidados especiais. A afta pode se instalar em qualquer local da cavidade oral: lábios, língua, gengiva, garganta e úvula (a “campainha” na parte posterior da boca). Aprenda as causas e como tratar a afta.

Ela surge por causa do rompimento da pele, com a consequente exposição do tecido conjuntivo e suas terminações nervosas, o que provoca dor e uma reação inflamatória: lesões rasas, esbranquiçadas ou amareladas, sem presença de pus ou outros sinais de infecção.

O problema pode causar incômodos, como dificuldade para falar, alimentar-se e beijar, mas não prejudicam o hálito nem são contagiosas, por mais numerosas que sejam as aftas, que costumam durar de uma a suas semanas e são mais persistentes quando se instalam perto dos dentes, por sofrerem maior atrito durante a mastigação.

Algumas pessoas apresentam aftas profundas e maiores de um centímetro (afta major), que podem durar por até seis semanas e deixam cicatrizes. Já na afta herpetiforme, diversas pequenas lesões se juntam, formando uma grande lesão. Em alguns casos, elas são acompanhadas de febre baixa, linfonodos no pescoço (ínguas) e mal estar geral.

Normalmente, a afta surge em períodos de baixa imunidade. Alimentos cítricos (tomate, limão, abacaxi) e condimentos picantes podem piorar o quadro. Alergias, estresse, fumo, sono insuficiente e deficiências das vitaminas B12 e C, de zinco e ferro também são fatores associados à afta, assim como o refluxo esofágico e a presença de Helicobacter pylori, a mesma bactéria que causa as úlceras gástricas. As mulheres podem desenvolver aftas em função das alterações hormonais que determinam o ciclo menstrual.

Quem costuma se deitar logo depois do jantar pode sofrer com as aftas. Na posição horizontal, o refluxo é facilitado e os ácidos secretados para a digestão chegam mais facilmente à boca, agredindo e irritando o tecido epitelial.

Tratamento para as aftas

O tratamento visa apenas aliviar os sintomas e acelerar a cicatrização, com analgésicos e anti-inflamatórios, sempre com orientação médica, porque alguns medicamentos pioram as aftas. Mais recentemente, elas estão sendo tratadas com laser, que proporciona alívio imediato e não tem contraindicações.
Algumas receitas caseiras ajudam a combater as aftas: bochechos com uma colher (de chá) de leite de magnésia ou bicarbonato de sódio diluído em um copo de água e aplicações de água oxigenada diluída em água comum (em partes iguais) costumam apresentar bons resultados. O uso de abrasivos, como álcool ou bicarbonato em pó, deve ser evitado, porque isto só vai aumentar a irritação.

Na imensa maioria dos casos, as aftas desaparecem sem maiores sequelas. No entanto, elas podem ser um sintoma de doenças sistêmicas (que atingem todo o organismo) e também podem ser confundidas até com um câncer na boca. Caso elas sejam muito grandes, recorrentes (surgindo novas lesões logo após a cicatrização das primeiras), venham acompanhadas com perda de peso, inapetência e sinais de infecção na área, é preciso procurar o médico ou dentista.

Algumas doenças são acompanhadas por aftas. No mal de Behçet (problema vascular que atinge vasos de pequeno calibre), surgem muitas lesões, sempre recorrentes, acompanhadas de úlceras nos genitais e, em alguns casos, também nos olhos. O lúpus eritematoso causa aftas indolores, dores nas articulações, febre e cansaço. Na doença celíaca, os pacientes sofrem com aftas e problemas intestinais; trata-se de uma doença genética, só atenuada com uma dieta sem glúten.

A afta não deve ser confundida com o herpes labial, que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, afeta 85% da população brasileira (metade deles apresenta os sintomas, pequenas lesões localizadas nos lábios). O herpes é provocado por vírus.