Como se forma a neblina?

A neblina é uma condensação que se forma perto do solo. Ela ocorre por causa do encontro do ar quente e úmido com o chão (ou uma superfície líquida, como o mar ou rio). O ar perde calor se resfria rapidamente, fazendo com que o vapor d’água em suspensão se condense em uma nuvem estratiforme (horizontal, pouco espessa e de grande cobertura). Terrenos de topografia irregular e próximos a rios e lagos são mais propícios à formação de neblina.

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Meteorologistas tendem a denominar como neblina as condensações com visibilidade de 1 km; acima disto, dão o nome de névoa. Em casos mais extremos, ocorre a chamada cerração. A rápida elevação da temperatura desfaz a neblina, e por isto o fenômeno ocorre apenas nos primeiros momentos do dia no Nordeste, por exemplo. Mas a umidade relativa do ar muito elevada pode causar nevoeiros mais persistentes.

Em algumas regiões muito elevadas e frias, parte do vapor pode formar pequenas gotículas, formando a neblina úmida. La Paz e Quito, respectivamente capitais da Bolívia e do Equador, são exemplos deste fenômeno, especialmente no inverno. Mas, mesmo no verão, a presença de nuvens próximas ao solo é comum, especialmente no amanhecer e no entardecer.

No Chile, a neblina é uma fonte de água potável. São obtidos sete mil litros por dia, reservados em 50 coletores. A Califórnia (EUA) tem um projeto piloto de captação e outras regiões áridas devem seguir o exemplo chileno.

O processo é semelhante ao embaçamento dos vidros de um veículo ou de uma residência. A temperatura interna se torna muito mais elevada do que a externa, causando a condensação (ou liquefação) das gotículas de água presentes na atmosfera, formando uma fina nuvem sobre as janelas.

Apesar de ser um fenômeno bonito de ser observado (muitos turistas visitam as serras de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul para sentir muito frio e observar as nuvens – São Joaquim [SC] é a cidade mais fria do país e a neve ajuda a formar os nevoeiros), a neblina provoca acidentes automobilísticos e é causa do fechamento de muitos aeroportos das regiões Sul e Sudeste do país, causando atrasos e cancelamentos de voos. As inovações na tecnologia dos voos por aparelho (para auxiliar decolagens e pousos) tendem a reduzir estes transtornos.

Na região da capital paulista, a neblina se forma nos meses frios e secos. A água evaporada não resiste à baixa temperatura e se condensa, reduzindo bastante a visibilidade. Em algumas rodovias, como a Imigrantes e a Anchieta, que fazem a ligação de São Paulo com o litoral, a visibilidade média é de 1,5 km, mas pode cair a ponto de determinar que os carros trafeguem em comboios. Em setembro de 2011, ocorreu um engavetamento envolvendo 300 veículos, num trecho de 2 km. A visibilidade não ultrapassava os dez metros.

Curitiba é a capital mais fria do país: a temperatura chega a cair abaixo de zero grau nos meses de inverno. Nas ruas da cidade, a visibilidade chega a ser de menos de 1 km. O principal problema, no entanto, está na serra do Mar, próximo a São José dos Pinhais, onde ocorre a maioria dos acidentes de trânsito. A serra forma uma barreira natural para a ascensão da água do mar evaporada, que se choca com as montanhas e, se estas estiverem frias, forma a neblina.