Comidas proibidas para cães

Cães não podem comer a comida que colocamos em nossa mesa, todos sabem disto. Não podem, nem precisam: o paladar dos nossos pets é pouco desenvolvido (são 1.700 papilas gustativas, contra as nove mil dos humanos). O sabor, para os cães, está baseado em um conjunto de fatores: textura, tamanho, odor, temperatura e, por fim, sabor. Portanto, não há justificativa para dar comidas proibidas – a não ser amenizar o nosso sentimento de culpa.

É claro que eles têm as suas preferências gastronômicas, mas estão longe de perceber as nuances do paladar. Basta ver a voracidade com que os cães se alimentam para entender que eles não se importam muito com o gosto. É uma herança ancestral (na mata, quem não comesse rápido, corria o risco de ter o alimento roubado por um companheiro da matilha).

O maior problema das comidas proibidas é que elas não comprometem apenas o peso, agilidade e atenção dos cães: elas podem prejudicar seriamente a saúde dos animais, seja no curto prazo – provocando diarreias ou prisão de ventre –, seja futuramente, com comprometimentos bem mais sérios, que podem inclusive comprometer a qualidade e abreviar a vida dos bichinhos.

Frutas fazem muito bem para a saúde dos cães e, se eles forem acostumados ao consumo desde filhotes, manterão o hábito por toda a vida. Banana, caju, melancia, caqui, maçã, pera, manga, kiwi, goiaba e morango são ricos em vitaminas e sais minerais. Devem ser oferecidas com moderação e sem as sementes, que podem provocar inflamações e obstruções.

O principal inimigo dos cães

O alimento proibido número 1 é conhecido por todos: o açúcar (sob qualquer forma). Pode causar vômitos e diarreia, especialmente em filhotes, o que leva a uma desidratação. Com o tempo, os doces provocam cáries, obesidade e diabetes (provocam o aumento do açúcar em circulação no sangue).

O xilitol, utilizado como adoçante em produtos diet e balas de goma, além dos “estragos” citados acima, gera picos de aumento de glicose no sangue, fato determinante de dificuldades para andar e crises convulsivas; o quadro pode ser fatal.

O chocolate (e todos os produtos com cacau na formulação) contém uma substância tóxica para os cães: a teobromina. Bombons ao leite contêm 154 mg/100 g e os meio-amargos, 530 mg. A ingestão de 100 a 150 mg de teobromina por quilo de peso corporal é suficiente para causar sérios danos ao organismo dos cães, já que eles a metabolizam muito lentamente.

As complicações incluem problemas gastrointestinais, desidratação, excitabilidade e redução do ritmo dos batimentos cardíacos. Nas fases posteriores do envenenamento, podem surgir ataques epiléticos; sem cuidados urgentes, o cão pode morrer. Portanto, caso você encontre uma caixa de bombons esquecida sobre o sofá vazia (e dilacerada), corra para o veterinário.

Comidas proibidas para os cães

Nossos cães devem ser alimentados com ração adequada para a idade e condições de saúde. Basta isto e água limpa – trocada diversas vezes ao dia, especialmente quando mantida ao ar livre –, além de algum suplemento que o veterinário possa recomendar (mas, em geral, estas substâncias podem ser encontradas em diversas marcas).

É difícil imaginar um cão sem um belo osso. Na verdade, esta é outra herança da época em que eles viviam no mato e precisavam caçar a comida: valia tudo para se alimentar. Além da carne da presa, eram devoradas as vísceras, o couro e os ossos. Hoje, no entanto, eles não precisam mais disto.

Alguns donos devotados acreditam que os ossos fervidos são menos prejudiciais, mas, quanto mais amolecidos, mais males provocam: quebra de dentes e lesões nas mucosas bucais; se o animal engolir um pedaço pontiagudo, pode sofrer perfurações estomacais. O melhor é optar pelas versões vendidas em pet shops, com cuidado: os produtos devem ser resistentes e atóxicos (na hora da compra, verifique o selo da ABNT).

Gorduras e frituras são bonitas e apetitosas: quem pode resistir a um frango à passarinho ou a batatas fritas? Com moderação, o consumo por humanos é tolerado. O mesmo não acontece com os cães: além dos problemas gastrointestinais, os alimentos gordurosos exigem especialmente do fígado e do pâncreas, que começam a falhar no médio prazo.

Importante: gorduras não estão presentes apenas em um pernil de porco ou em uma bela peça de picanha. Uma fatia de queijo amarelo ou de blanquet de peru e uma colher requeijão já são suficientemente gordurosas para prejudicar a saúde dos cães.

Nozes e amendoins provocam reações alérgicas e ajudam a desenvolver uma pancreatite, enquanto as uvas (mesmo passas) comprometem o funcionamento dos rins – existem casos em que apenas seis bagas foram suficientes para provocar insuficiência renal em um animal de porte pequeno. Os sinais de que algo está errado são vômito, diarreia, fraqueza, redução da mobilidade, falta de apetite e, em casos mais graves, prostração.

O café é um poderoso estimulante natural. Mas, já observou o comportamento normal de um cão? Ele é ativo, alerta, atento. Pode estar adormecido, mas as suas orelhas demonstram que ele está conectado a tudo o que acontece à nossa volta. Cães saudáveis não precisam de estimulantes: não têm que acordar cedo, sair sob o Sol ou sob a chuva, passar longos períodos no trânsito congestionado, horas em um escritório, e outras “deficiências” humanas.

As xantinas presentes no café podem ser bastante prejudiciais ao organismo canino. Além do desnecessário estímulo cardíaco, estas substâncias ficam acumuladas – são de difícil eliminação – e perturbam o funcionamento dos rins e do sistema nervoso.

O sal não faz parte da dieta dos cães. Provoca retenção de líquidos e hipertensão arterial. Muitos pets cercam os donos privilegiados com dotes culinários, na esperança de ganhar um pedaço de massa crua. Parece inofensivo, mas a massa pode fermentar no estômago dos cães, produzir gases e forçar as paredes do estômago e do intestino, causando muita dor – pode provocar até uma perfuração.

Comidas tóxicas para cachorros

Alho e cebola fazem parte de quase todas as nossas receitas, mas devem ficar longe dos cães. Os compostos sulfurados (responsáveis pelo mau cheiro, mas também pelo sabor destes bulbos) provocam anemia em nossos pets. O tiossulfato, presente na cebola, pode ser fatal quando ingerido em quantidade igual ou maior ao peso total do animal. Alguns cães são especialmente suscetíveis à ingestão destes temperos fundamentais em nossa culinária.

Os chás de cogumelos fizeram sucesso nos anos 1960 e 1970, por suas propriedades alucinógenas. Na verdade, todas as espécies de cogumelo têm propriedades tóxicas – a diferença é que, em alguns deles, como o parisiense, o shitake e o shimeji –, a concentração é muito baixa para causar complicações ou alterações sensoriais.

Infelizmente, não é isto que acontece com os cães. Com o consumo regular, os cogumelos levam à insuficiência renal e hepática. De imediato, a ingestão pode provocar confusão, dificuldades de coordenação motora, alucinações e dores na barriga. O consumo exagerado chega a provocar convulsões e morte.

Parece incrível, mas os cães gostam de bebidas alcoólicas. Na verdade, eles se interessam por qualquer coisa doce e, se estiver à mão (melhor dizendo, à boca), eles fatalmente irão experimentar.

Não é preciso que os donos sejam irresponsáveis o suficiente para oferecer álcool aos pets: copos deixados ao lado de sofás – ou espalhados pela casa ao final de uma festa – são uma boa “fonte” para a curiosidade dos animais. Com o tempo, as bebidas são responsáveis por deficiências hepáticas e alterações no sistema nervoso central.

Os cães embriagados se apresentam descoordenados, excitados (e, em seguida, deprimidos, exatamente do jeito que ocorre com os humanos), urinam além da quantidade normal, têm dificuldade de respirar. A respiração de torna lenta, o ritmo cardíaco cai e isto pode provocar a morte. Se houver suspeita, é preciso correr para o socorro.