Baratas: como controlá-las?

Barata é o nome genérico de uma ordem de insetos chamada Blattaria, que compreende cinco famílias de animais. As baratas vivem em grupos e apenas 1% delas são sinantrópicas, isto é, vivem junto com os seres humanos. Mas este 1% é suficiente para causar grandes danos: é preciso controlá-las não apenas porque provocam nojo para a maioria das pessoas, mas principalmente porque são vetores de bactérias, fungos, vírus, vermes e protozoários.

Baratas são responsáveis por uma série de doenças, através das patas e fezes pelos locais onde passam. As espécies domésticas mais comuns são a Periplaneta americana, Blatella germanica e Blatella asahinai, com tamanhos entre 15 e 30 milímetros. Originárias da Europa, América e Ásia, elas se espalharam pelo mundo todo, embarcadas em navios.

As baratas existem há 400 milhões de anos e são seres onívoros, isto é, comem de tudo, uma das razões para sua fácil adaptação em qualquer lugar. Elas podem passar até um mês sem comer nem beber. Estes insetos possuem pelos nas costas que funcionam como sensores: qualquer mudança na circulação de ar em torno deles indica que é hora de fugir.

Eliminando a presença indesejável

É quase impossível controlar as baratas. A maioria dos inseticidas só funciona quando pulverizados diretamente sobre elas. Alguns produtos têm eficácia, especialmente os usados por empresas de dedetização, mas estamos falando de um animal extremamente resistente e bem adaptado: o produto que se mostra efetivo numa geração pode tornar-se totalmente inócuo já na geração seguinte. Sempre é bom lembrar: prédios com mais de três andares devem ser dedetizados anualmente.

No entanto, existem algumas armadilhas que podem funcionar. Uma delas é deixar frascos abertos, com uma colher de sopa de óleo de cozinha e outra de vaselina sólida no fundo. O vidro precisa ser escurecido, para ficar mais convidativo para as baratas. As iscas podem ser cascas de frutas ou pão embolorado (pode ser embebido com cerveja ou vinho). Os insetos entram para se alimentar, mas não conseguem sair. É preciso usar várias armadilhas para garantir o sucesso.

Açúcar e bicarbonato de sódio em partes iguais podem ser usados em armadilhas. O açúcar atrairá as baratas e o bicarbonato provocará uma reação no sistema digestório, provocando sua morte. Um pedaço de pano umedecido com cerveja e deixado num canto atrai as baratas, que ficam entorpecidas pela bebida e podem ser mortas com facilidade.

Quem não pretende fazer um morticínio, pode usar erva de gato, encontrada em pet shops. Podem ser usados sachês em armários ou fazer o chá da planta e pulverizar os locais preferidos: as baratas não irão se aproximar. Chás de folhas de louro têm o mesmo efeito.

Para reduzir o volume da invasão, é preciso lembrar-se de vedar todas as frestas, tampar bueiros e ralos, retirar o lixo diariamente e não deixar alimentos expostos: todos os mantimentos devem ficar em potes fechados e alimentados já preparados, em panelas e travessas com tampa. Em ambientes arejados, é mais difícil a circulação das baratas.

Desfazendo um mito

Costuma-se dizer que, em caso de um ataque nuclear, as baratas sobreviveriam, porque seu processo de divisão celular é muito lento e, assim, não sofreriam os efeitos da radiação.

A lentidão do processo de divisão das células é realidades, mas as baratas morreriam, sim. Muitas no momento do impacto; as demais não resistiriam ao inverno nuclear. Muito material particulado permaneceria na atmosfera por anos, impedindo a passagem da luz solar e provocando muito frio. Baratas precisam de calor e umidade para sobreviver.