As guerras mais absurdas da história

Nenhuma guerra pode ser justificada. Guerras prejudicam a economia do país, desorganizam a sociedade e matam muitas pessoas, especialmente jovens, com todo o potencial para trabalhar e contribuir para o desenvolvimento do gênero humano. Mas alguns conflitos bélicos beiram as raias da loucura: são as guerras mais absurdas da história.

Guerra entre amigos

A União Soviética foi uma das nações mais poderosas do século XX, rivalizando com os EUA pela hegemonia militar do mundo. No entanto, por estar isolada da maior parte do mundo, conheceu problemas econômicos a partir dos anos 1970 e, em 1991, foi desfeita, apesar da tentativa de criação da uma Comunidade de Estados Independentes, que nunca se efetivou.

Neste cenário político, muitas nações renasceram. Entre elas, a Moldávia – ou Moldova. A maior parte do país queria estreitar relações com a Romênia, enquanto um terço insistia em permanecer aliado à Rússia, motivo que gerou uma guerra civil. O mais estranho, no entanto, é que os combatentes dos dois lados eram colegas, amigos e até familiares, que se reuniam à noite em bares e chegavam a celebrar pactos de não agressão.

Um soldado descreveu a situação em seu diário: ”A guerra é como uma festa bizarra, durante o dia nós matamos o inimigo, e à noite bebemos com ele”. O conflito durou quatro meses, não chegou a nenhuma conclusão e provocou 1.300 mortes.

A guerra do futebol

É provavelmente o conflito mais absurdo da história. Em 1969, Honduras e El Salvador, países da América Central, disputaram uma partida de futebol, na fase classificatória para a Copa do Mundo que seria realizada um ano depois, no México.

El Salvador perdeu a partida e decidiu invadir o país adversário no dia seguinte ao jogo. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) determinou o imediato cessar-fogo. A guerra durou apenas quatro dias, mas deixou um saldo de três mil mortes.

Morte aos emus!

Uma guerra entre espécies diferentes: humanos e emus, uma ave nativa da Austrália. No início do século XX, os emus estavam se reproduzindo rapidamente e prejudicando as plantações do país.

Foi oficialmente declarada uma guerra às aves. Em 1932, efetivos militares atacaram os bandos de emus, que somavam uma população estimada em 20 mil aves.

A investida dos soldados não deu certo. As aves, extremamente resistentes às armas da época, continuaram atacando a produção agrícola. A guerra durou sete dias, quando o comandante percebeu que as investidas bélicas eram ineficientes. Morreram cerca de 2.500 emus. As três espécies desta ave somam hoje 500 mil indivíduos.

Bulgária e Grécia

Não se pode dizer que, em 1925, estas nações fossem amigas. Lutaram em posições opostas durante a Primeira Guerra Mundial e havia muitas questões não resolvidas entre os dois países.

Tensões na fronteira eram constantes. O auge dos conflitos aconteceu quando um soldado grego correu atrás de um cachorro fujão e foi morto pela polícia da fronteira. A Grécia invadiu a cidade de Petric no dia seguinte e dominou a região. Forças aliadas da Europa tiveram que intervir para retirar as tropas gregas.
O país invasor teve que pagar uma indenização à Bulgária, equivalente a atuais R$ 120 mil. A guerra durou dez dias e provocou 52 mortes.

As ilhas Sorlingas

Uma guerra de mais de trezentos anos. A Holanda declarou guerra às ilhas Sorlingas por questões de exportação de produtos. As ilhas, hoje pertencentes à Grã-Bretanha, sempre viveram da pesca e representavam um empecilho ao trânsito de produtos entre a Flandres e as ilhas britânicas.

A guerra foi declarada em 1651. Nenhum tiro, porém foi disparado. É possível que os pescadores nas Sorlingas nunca tenham se dado conta de que havia uma guerra. O armistício só foi assinado em 1986, pondo fim à guerra mais longa da história. Não houve mortes, porque nunca houve conflitos reais.

Uma guerra com efeitos até hoje

Em 1864, o Paraguai decidiu que precisava de uma saída para o mar. Seu presidente, Francisco Solano Lopes, declarou guerra simultaneamente a três países: Argentina, Brasil e Uruguai.

O conflito durou seis anos, devastou a economia do país, que até hoje é o mais pobre da América do Sul e matou 400 mil pessoas, a maioria paraguaios: 90% dos homens morreram na batalha.