A lei de Murphy

Edward Murphy foi um engenheiro aeroespacial e capitão da Força Aérea americana que, certa vez, conduziu – ou tentou conduzir – um estudo sobre os efeitos da gravidade em seres humanos. Para tanto, ele criou um mecanismo que analisava os batimentos cardíacos e o ritmo respiratório de pilotos, em voos de alta velocidade. Mas o militar foi a primeira vítima da lei que adotou seu nome: a lei de Murphy.

O equipamento simplesmente não funcionou: os registros dos testes limitaram-se a algumas folhas em branco. Ao checar o que tinha acontecido de errado, Edward Murphy descobriu que o técnico responsável pela instalação tinha feito tudo errado e, com isso, provocado o desastre da avaliação. O capitão teria dito: “se este cara tem um jeito de fazer alguma coisa errada, ele vai fazer”.

Algum tempo depois, os testes foram refeitos com sucesso, mas John Stapp, uma das cobaias do experimento, numa entrevista, relatou o insucesso da primeira tentativa e atribuiu o fato de ninguém ter se ferido por terem levado em conta a lei de Murphy, ou seja, verificar todas as possibilidades de fracasso.
Com o tempo, a lei de Murphy se ampliou e tornou-se uma espécie de código civil do fracasso. Já foram catalogadas mais de cem, mas as principais leis de Murphy são:

• se algo pode dar errado, vai dar, e da pior maneira possível;
• a informação mais necessária é a menos disponível;
• ao receber um telefonema, se você tem papel, não tem caneta. Se tem caneta, não tem papel. Se está prevenido, ninguém te liga;
• pessimistas reclamam do vento, otimistas acreditam que ele vai mudar de direção, realistas ajustam as velas e quem conhece a lei de Murphy não faz absolutamente nada;
• nada é tão fácil como parece, nem tão difícil como diz o manual;
• quando há dois acontecimentos prováveis, sempre acontece um terceiro improvável;
• quando se menciona alguma coisa, se ela for boa, acaba. Se for ruim, acontece;
• em determinado momento, todo material particulado em suspensão no ar vai entrar no olho;
• quem consegue discernir entre um bom e um mau conselho não precisa de conselhos;
• a probabilidade de o pão cair com a geleia virada para baixo é diretamente proporcional ao preço do tapete;
• se você não pegou um congestionamento, é porque saiu cedo demais para o compromisso.

Há alguns anos, sofri na pele os efeitos da lei de Murphy: trabalhava em determinado bairro e tinha duas opções de ônibus para chegar ao emprego, na mesma praça.

Pouco depois, decidiram formalizar o terminal, mas o espaço, cercado e com banheiros e lanchonetes à disposição dos usuários, não foi suficiente para todas as linhas. Assim, uma ficou dentro do terminal e a outra, do lado de fora. Não importava a opção que eu escolhia: a alternativa descartada sempre chegava antes.